Foi vetada a decisão de atribuição de carta de condução para indocumentados em Massachusetts
Um painel de legisladores em Beacon Hill, Boston, decidiu enviar para estudo um projecto-lei controverso que permitiria a imigrantes indocumentados obter uma carta de condução em Massachusetts, decisão que foi fortemente condenada por vários grupos de defesa dos imigrantes.
Nove parlamentares da comissão mista de Transportes apresentaram a a proposta (H 3285) para estudo, enquanto três membros votaram para que o projecto saísse da discussão. Quatro membros votaram contra, um legislador reservou o direito de repensar, e três membros votaram a favor.
Os defensores da proposta defendem que a mesma oferece maior segurança nas estradas, permitindo que os imigrantes indocumentados que tem de conduzir para os seus empregos se tornem motoristas com seguro automóvel. Os opositores dizem que a lei vai fazer aumentar os casos de fraude.
A lei actual exige que as pessoas forneçam um número de Segurança Social ou certos tipos de documentos disponíveis para alguns imigrantes documentados.
A lista completa da votação da comissão não está ainda disponível, e ninguém pareceu disposto a comentar o assunto.
O líder de um grupo de defesa dos imigrantes considerou a decisão de “decepcionante”, e disse tencionar apresentar a mesma proposta na próxima sessão legislativa do próximo ano.
“Em nossa opinião, os políticos estavam mais preocupados com a segurança dos seus lugares, porque este é um problema dos não-eleitores”, disse Eva Millona, directora executiva do Immigrant and Refugee Massachusetts Coalition.
A proposta (H 3285) é patrocinada pela senadora Patricia Jehlen (D-Somerville) e Rep. Tricia Farley-Bouvier (D-Pittsfield). “Considero que há mais perigo ter gente a conduzir nas estradas sem seguro e com medo,” disse Jehlen antes da contagem dos votos.
Jehlen referiu que a licença não pode ser usada para obter benefícios do governo e a proposta não mudaria o status de qualquer pessoa sem documentos de imigração.
O senador Marc Pacheco, democrata de Taunton, disse ter votado contra. O legislador luso-americano afirmou ter uma “enorme simpatia pelos indocumentados”, e que apoia o DREAM Act, que permite que jovens imigrantes indocumentados que chegaram aos Estados Unidos ainda crianças, mas disse ter votado contra por ser “ uma questão que precisa de ser resolvida a nível nacional”.
O Rep. Steven Howitt (R-Providence) também votou contra a proposta. “Como é que pessoas que se encontram ilegalmente nos Estados Unidos ao receber uma carta de condução podem tornar as estradas mais seguras?” questionou.
A reacção da comunidade indocumentada foi de decepção. Massachusetts, segundo os analistas, seria o pontapé de saída para outra medida semelhante em New York e New Jersey.
“Já não acreditamos, para já numa legislação que ajude os ilegais em New York e New Jersey, disse Margareth Olsen do Centro de Apoio ao Imigrante do estado de New York.
Alguns grupos dizem mesmo que “é mais importante a carta de condução do que o cartão verde,” referindo-se obviamente às necessidades mais imediatas que aguardam há anos pela resolução dos seus problemas imigratórios.
Agora, esta apenas uma lei qualquer que Obama ou o congresso decidam adoptar para os indocumentados na América.