FRANCISCO BALSEMÃO, 1937-2025: País político em peso na hora do ‘adeus’

Francisco Pinto Balsemão, que morreu terça-feira aos 88 anos, foi uma personalidade incontornável da história dos media em Portugal, um jornalista que nunca deixou de ser político, tendo como “fio condutor” a luta pela liberdade de expressão e o direito a informar.

Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, nasceu em 1 de Setembro de 1937, em Lisboa, “de cesariana, na Casa de Saúde das Amoreiras”, teve uma “infância fechada, mas desafiante, dourada, mas exigente”, relata o fundador do Expresso e da SIC, no seu livro “Memórias”, onde diz esperar ter contribuído para deixar o mundo “um pouco melhor”.

Jornalista, empresário e político português, Francisco Pinto Balsemão foi um dos fundadores do Partido Social Democrata (PSD), primeiro-ministro entre Janeiro de 1981 e Junho de 1983 e presidente do partido entre 1980 e 1983.

Estava dado o primeiro passo no caminho dos media: “O Diário Popular foi, para mim, uma grande escola, uma excelente pós-graduação, como agora se diz”, prossegue, no seu livro, o empresário.

Em entrevista ao Expresso, publicada em 6 de Janeiro de 2023, Francisco Pinto Balsemão conta como se rendeu à comunicação social: “Envolvi-me e apaixonei-me pelo jornalismo através talvez de uma vocação profissional que desenvolvi desde os tempos, já muito remotos, em que trabalhei na redacção do Diário Popular”.

A criação “do Expresso e de outros títulos, a criação da SIC e da SIC Notícias, dos canais do cabo, dos ‘sites’, mais recentemente da Opto, correspondem a essa vocação profissional. Como há quem escolha a medicina, como há quem escolha a arquitectura ou a engenharia, eu escolhi o jornalismo”, diz, na entrevista.

Balsemão passou pelo Governo durante três anos e meio (um como ministro adjunto de Sá Carneiro e dois anos e meio como primeiro-ministro).

O velório de Francisco Pinto Balsemão realiza-se terça-feira, no Mosteiro dos Jerónimos, onde compareceu o pais politico de todos os quadrantes. 

Após a missa de corpo presente, na quarta-feira, também no Mosteiro dos Jerónimos, seguiu-se o funeral apenas reservado à família.