Garrafa com cinco séculos guarda o início da história de Portugal com Macau
Uma garrafa de porcelana com cinco séculos e a última bandeira hasteada na transferência da administração de Macau são alguns dos objectos que contam a relação entre Portugal e a região no Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa.
Estas são apenas duas das cerca de 4.000 peças patentes no espaço museológico do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) e que pretendem “dar uma ideia de 5.000 anos de história e arte chinesa, que vai desde o período neolítico até ao início do século XX”, como explicou o diretor do museu, Rui Dantas.
Neste espaço, adiantou à Lusa, os visitantes podem perceber “como Macau foi criado e as relações que se estabeleceram entre a Europa e a Ásia, a partir de Macau”.
O acervo conta com exemplares das primeiras cerâmicas neolíticas, até terracotas funerárias, bronzes, cerâmica song, objetos para o fumo do ópio, pinturas, pratas e leques, entre outros.
Um dos objetos em destaque é uma garrafa decorada que foi encomendada, em 1522, por Jorge Álvares, um mercador abastado de Freixo Espada à Cinta que teve como sócio Fernão Mendes Pinto e foi um dos pioneiros portugueses no negócio da porcelana.
A obra assinala o início do comércio da porcelana, sendo uma das primeiras peças de encomenda no arranque de um vasto percurso de trocas comerciais, explicou o diretor do Museu de Macau.
Outra peça em destaque é um Buda assinado pelo artista cerâmico Pun Yu Shu, discípulo do célebre mestre da cerâmica de Shek Wan, e que foi encomendada pelo colecionador Silva Mendes, o primeiro europeu a colecionar pelas de qualidade com as características da cerâmica de Shek Wan.