NEW JERSEY. Governador Phil Murphy apresenta longa lista de tarefas a cumprir no seu último ano de mandato
Phil Murphy apresentou uma agenda ambiciosa para o seu último ano no cargo de governador de New Jersey, durante o seu discurso anual sobre o estado do Estado na passada terça-feira (dia 14 de Janeiro), dizendo aos legisladores que quer que proíbam os telemóveis nas salas de aula do ensino básico e secundário, reformulem as leis de zoneamento e licenciamento para impulsionar a construção de habitações e implementar o registo de eleitores no mesmo dia em todo o estado.
Murphy disse que também pretende exigir que todos os distritos escolares públicos ofereçam um jardim de infância a tempo inteiro, reformem os 10 cruzamentos mais perigosos do estado e permitam que os residentes do “Estado Jardim” obtenham cartas de condução móveis, entre outras propostas mencionadas no discurso de uma hora que fez para uma câmara cheia com legisladores, autoridades locais e ex-governadores, no Capitólio do Estado localizado em Trenton.
Murphy, democrata que deixará o cargo em Janeiro de 2026 após cumprir dois mandatos como governador, tem sublinhado repetidamente que a sua administração “ainda não terminou”. O governador está impedido de se candidatar a um terceiro mandato consecutivo em Novembro.
“No próximo ano, lutaremos para garantir que todos os habitantes do estado têm uma oportunidade justa de ter um futuro melhor”, disse. “Com a ajuda de todos nesta câmara, vamos deixar aos nossos filhos um estado melhor do que aquele que encontrámos”.
Murphy passou uma parte considerável do seu discurso focado em questões económicas, dizendo que oferecer segurança económica e oportunidades a todos os habitantes de New Jersey tem sido a sua “maior prioridade” desde que se tornou governador em 2018.
“A todos os nossos vizinhos que se sentem esquecidos, dou a minha palavra: vamos passar cada minuto que nos resta a lutar por vós e pelo vosso futuro económico”, disse.
Dirigiu-se também à nova administração Trump, chamando-lhe “o elefante que não está na sala”. Murphy repetiu o seu objectivo de trabalhar com o presidente eleito — que toma posse na segunda-feira — “quando as nossas prioridades estiverem alinhadas”.
“Mas, tão importante quanto isso, nunca vou desistir de defender os nossos valores — se e quando forem testados”, disse Murphy.
Sobre o aborto, o governador prometeu garantir a “reputação de New Jersey como um porto seguro para a liberdade reprodutiva”. Disse que o estado vai começar a armazenar mifepristona – uma pílula usada para interromper a gravidez – e pediu aos legisladores que aprovassem uma lei que proíbe os custos directos para procedimentos de aborto.
Durante o seu discurso Murphy não fez qualquer menção à imigração.
Não é claro quanta influência o governador terá sobre os legisladores enquanto estes ponderam as suas propostas. Pelo menos um deles, o recenseamento eleitoral no mesmo dia, recebeu uma recepção fria do presidente do Senado, Nicholas Scutari (D-Union), que tem o poder de impedir que o plano seja votado no Senado.
Questionado após o discurso sobre o que Murphy quer que a Legislatura avance, Scutari disse: “Vamos abordar uma questão de cada vez”.
“O estado do Estado é sólido. Quer dizer, isso reflete-se nas… classificações de crédito que recebemos ao longo dos sete anos. Isto é obviamente um bom sinal porque antes disso, as nossas classificações de crédito estavam a ser reduzidas ano após ano”, disse.
Embora o discurso de Murphy incluísse uma lista de tarefas, também se concentrou no que chama de sucessos da sua administração. Alardeou que fez pagamentos integrais ao sistema de pensões do Estado, distribuiu mais de $14 mil milhões em redução de impostos sobre a propriedade através do ‘Anchor’ e de outros programas de redução de impostos, e aumentou o salário mínimo para $15,49/h. Salientou que os críticos dos aumentos do salário mínimo alertaram que isso prejudicaria os próprios trabalhadores que procuravam ajudar.
“É o que acontece quando se reconstrói a economia estadual de baixo para cima, em vez de cima para baixo. Uma classe trabalhadora mais forte leva sempre a uma economia mais forte para todos nós”, disse. “Mas é claro que ajudar os nossos vizinhos a ganhar um salário digno é apenas um ponto de partida”.