Governo dos Açores garante que enterro de lixo nas Flores tem impacto ambiental “diminuto”

Na quinta-feira (22), o secretário regional do Ambiente dos Açores garantiu que o enterro de 1.300 toneladas de resíduos na ilha das Flores tem um impacto “diminuto” no ambiente e resolve um problema de saúde pública.

“Não se trata de enterrar resíduos indiferenciados, nem refugo. Se assim fosse, compreenderia a preocupação. Trata-se de enterrar composto orgânico estabilizado não crivado, um material que não produz lexiviados, não produz biogás e cujo impacto no ambiente é diminuto”, afirmou o titular da pasta do Ambiente nos Açores, Alonso Miguel.

O governante falava à margem da apresentação do Relatório dos Resíduos Urbanos dos Açores de 2022.

O anúncio, feito pelo presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/ PPM), José Manuel Bolieiro, na terça-feira (20), na Ilha das Flores, gerou contestação de partidos e associações ambientalistas, mas o secretário do Ambiente garantiu que o executivo está a cumprir a lei.

“Quando está em causa a saúde pública, o Regime Geral de Prevenção e Gestão de Resíduos permite o enterramento dos resíduos e aliás esta solução não é sequer uma solução nova, foi feito também durante a pandemia de covid-19”, assegurou.

Segundo Alonso Miguel, o CPR das Flores está “numa situação quase de ruptura”, com 1.900 toneladas de resíduos para expedir, sendo 1.300 de “composto orgânico estabilizado”, que “até podia ser utilizado em jardins”, se fosse “crivado” e não estivesse “absolutamente infestado”.