GOVERNO. Executivo quer promover português como língua oficial da ONU até 2030

O Governo de Luís Montenegro (Aliança Democrática) quer colocar o português como língua oficial da Organização das Nações Unidas até 2030, mantendo o apoio à Ucrânia contra a “agressão russa” e à solução dos dois Estados, Israel e Palestina.

No capítulo intitulado “Um país global e humanista” do Programa do XXIV Governo Constitucional, o executivo afirma assumir “convicta e ambiciosamente os quatro eixos essenciais” da política externa portuguesa: “empenho activo na construção europeia, aprofundamento e robustecimento do espaço lusófono, intensificação da cooperação transatlântica e defesa do multilateralismo”.

O primeiro-ministro, Luis Montenegro, à chegada para participar na segunda sessão plenária de discussão do programa de Governo, na Assembleia da República, em Lisboa, 12 de abril de 2024. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Na ONU, o Governo compromete-se a “promover a candidatura da língua portuguesa como Língua Oficial da ONU, no horizonte até 2030” – um desiderato da diplomacia portuguesa e dos restantes países lusófonos, também defendido no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Sobre conflitos em curso, o programa afirma que Portugal, “no quadro da União Europeia e da NATO, apoiará a Ucrânia, a nível humanitário, político, financeiro e militar, na defesa contra a agressão da Federação Russa, nos planos e esforços de reconstrução e no processo de alargamento da UE em curso”.

O processo de adesão à UE, que inclui ainda a Moldova, os Balcãs Ocidentais e a Geórgia, “deverá ser precedido de uma reforma da arquitectura institucional e financeira da União para assegurar a eficácia da sua acção”, refere o programa sobre a Política Externa, tutelada pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Quanto à guerra no Médio Oriente, “Portugal lutará pela adopção da solução dos dois Estados, reconhecendo a Israel o direito à legítima defesa contra o terrorismo, reclamando a libertação de todos os reféns e advogando o estrito respeito pelas regras de direito humanitário internacional, defendendo um cessar-fogo que faculte a ajuda humanitária e o estabelecimento de negociações com vista a uma paz duradoura, que passará pela autodeterminação do povo palestiniano”.

O Governo não se compromete explicitamente a reconhecer já o Estado palestiniano, numa altura em que o chefe do executivo espanhol, Pedro Sánchez, lidera um movimento no âmbito dos 27 para este passo – que pretende abordar com o primeiro-ministro português, na próxima segunda-feira em Madrid, na primeira visita oficial ao estrangeiro desde que tomou posse.

“Promover as candidaturas de portugueses a cargos nas organizações internacionais e valorizar e apoiar as suas respetivas progressões de carreiras”, refere ainda o documento.

Sobre uma eventual candidatura do ex-primeiro-ministro António Costa à presidência do Conselho Europeu, o ministro Paulo Rangel adiantou que o Governo português não se vai opor à possibilidade de este vir a ocupar um cargo nas instituições europeias.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que o documento tem como base o programa eleitoral da AD, mas incorpora mais de 60 medidas que coincidem com as de outros partidos.

Adiamento da rota Nova Iorque-Faro não afeta estratégia para mercado norte-americano – Turismo

O possível adiamento da rota aérea entre Nova Iorque e Faro da companhia United Airlines “não vai afectar a estratégia promocional” prevista para este ano para o mercado norte-americano, disse o presidente do Turismo do Algarve.

Instado pela Lusa a reagir a uma notícia divulgada no ‘site’ de uma publicação norte-americana dedicada à aviação comercial, que dá conta do cancelamento da rota, André Gomes disse ainda não existir uma confirmação oficial da companhia aérea relativamente ao adiamento da rota, que iria iniciar-se em Maio.

“Em termos estratégicos, para nós, não muda nada, porque tendo em conta o potencial que representa o mercado norte-americano, Estados Unidos da América e Canadá, as nossas apostas promocionais mantêm-se”, referiu o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA).

André Gomes explicou que a informação de que a rota directa Faro/Newark (Nova Iorque) tinha sido adiada por um ano, de Maio de 2024 para Maio de 2025, é a que tem sido veiculada pela imprensa especializada norte-americana e que avança com algumas razões para esse adiamento.

“Não diria que a rota foi cancelada, mas sim adiada para maio de 2025, mas no entanto não há uma comunicação oficial por parte da companhia aérea”, sublinhou aquele responsável.

O dirigente realçou que o eventual adiamento da ligação directa entre a capital do Algarve e Nova Iorque não terá qualquer influência na estratégia de promoção para a captação do mercado norte-americano, que tem crescido desde 2020.

“Se era um mercado que já vinha a crescer desde a pandemia [de COVID-19] sem ligações directas, não temos razão para que ele não continue a ter crescimento este ano”, notou.

Segundo André Gomes, “obviamente existia um desejo grande de todos na região” de que a operação da United Airlines tivesse início este ano, com vista a reforçar a oferta do transporte de e para o Algarve.

Em Outubro de 2023, a companhia aérea norte-americana anunciou que a nova rota entre Faro e Newark entrava em operação em 24 de Maio, com uma frequência de quatro voos semanais.

Quando a rota foi anunciada, em Outubro passado, aquele responsável referiu que, em termos globais, no acumulado, até ao mês de Agosto, o mercado turístico norte-americano tinha crescido 29,3% em relação a 2022 e 40% face a 2019.