Guterres defende “fim da ocupação” e um Estado Palestiniano “totalmente independente” para acalmar tensões actuais
O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu o “fim da ocupação” e o “estabelecimento de um Estado Palestiniano totalmente independente”, frisando que a comunidade internacional tem a “responsabilidade e a obrigação moral de ajudar” nesse sentido.
Num debate do Conselho de Seguranças das Nações Unidas sobre a situação no Médio Oriente e a poucas horas de ser votada a adesão plena da Palestina à ONU, Guterres voltou a defender uma solução de dois Estados, com “Israel e a Palestina a viver lado a lado em paz e segurança, com Jerusalém como capital de ambos os Estados”, com base em resoluções da própria organização, no direito internacional e em acordos anteriores.
De acordo com Guterres, esta é a pré-condição essencial para acalmar as tensões em toda a região e fora dela.
A Palestina é considerada um “Estado observador” desde 2012, um estatuto que só partilha com o Vaticano, embora um ano antes tivesse solicitado a entrada como membro. Em 2011, foi feito um pedido de adesão plena, mas permaneceu pendente porque o Conselho de Segurança não conseguiu chegar a um consenso para uma decisão formal.
Na ocasião, os Estados Unidos anunciaram que pretendiam usar o poder de veto se uma maioria de nove fosse alcançada, apesar de proclamarem apoio à “solução de dois Estados”.
Nas últimas semanas, o vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, admitiu que a posição do seu país não mudou e que o reconhecimento total da Palestina é algo que deveria ser negociado bilateralmente entre Israel e os palestinianos, não na ONU.