Homem Neandertal caçava há mais de 125,000 anos elefantes de presas retas
Os elefantes de presas retas, já extintos, eram animais enormes, duas vezes maiores que os actuais elefantes africanos, mas há 125.000 anos, apesar do tamanho impressionante, os Nean-dertais caçavam esta es-pécie, revela um estudo divulgado esta quarta-feira.
Esta nova investigação lança uma nova luz sobre a compreensão destes homens pré-históricos, que caçavam estes elefantes de 13 toneladas e quatro metros de altura.
“Os Neandertais eram capazes de gerir enormes quantidades de comida”, não apenas a resultante da caça de cavalos, bovinos ou veados, adiantou à agência France-Presse (AFP) Wil Roebroeks, coautor deste estudo publicado na revista Science Advances.
“Ou [eram capazes] de mantê-la por muito tempo – e isso já é algo que não sabíamos – ou simplesmente porque viviam em grupos muito maiores do que se pensava”, com mais bocas para alimentar, acrescentou.
Cortar uma presa com uma média de dez toneladas antes que a carne apodreça exigiria vários dias de trabalho para cerca de vinte homens, estimaram os investigadores.
Esta quantidade forneceria o suficiente para 25 pessoas comerem durante três meses, ou um mês no caso de 100 pessoas.
Para preservar a carne, talvez a secassem em fogueiras.
À pergunta como é que os Neandertais conseguiam matar estes animais colossais, não há uma resposta certa, mas uma das hipóteses é que estes imobilizavam o animal em áreas lamacentas onde ficaram presos, ou em armadilhas escavadas, antes de os abater com lanças.
Durante muito tempo, os investigadores questionaram-se sobre a presença, em diversos sítios arqueológicos, de ossos de elefantes próximos a ferramentas de pedra: Os Neandertais eram realmente capazes de caçá-los ou apenas se alimentavam de animais mortos por causas naturais?
A prova de caçarem os animais, como uma marca de impacto ou uma lança cravada num osso, nunca foi observada, o que não é surpreendente, dada a envergadura destes elefantes (Palaeoloxodon antiquus), cujos estudos genéticos têm sido associados aos atuais elefantes africanos.
Mas no local conhecido como Neumark-Nord 1, perto da atual cidade de Halle, na Alemanha, uma pista alertou os cientistas: os restos de cerca de 70 elefantes, o maior grupo conhecido, eram na grande maioria machos adultos.
Esta falta de diversidade deve-se à selecção por caçadores, de acordo com o estudo.