Ícone do Tropicalismo: Morre Gal Costa

Na manhã de quarta- feira (9), a cantora Gal Costa, de 77 anos, uma das maiores vozes da música popular brasileira (MPB), morreu em São Paulo (SP). Ainda não há informações sobre a causa da morte da artista. Ela seria uma das atracções do festival Primavera Sound, na capital paulista, que aconteceu no final de se-mana passado, entretanto, cancelou sua participação no espectáculo.

. Turnê marcada:

Em Setembro, ela passou por uma cirurgia para a retirada de um nódulo na narina direita, afastando-se dos palcos até Novembro. A cantora já tinha shows agendados da turnê “Várias Pontas de Uma Estrela”, na qual relembraria grandes sucessos dos anos 80, marcados para Dezembro e Janeiro.

. Voz da MPB:

Gal Costa deu voz a clássicos da MPB como “Baby”, “Meu nome é Gal”, “Chuva de Prata”, “Meu bem, meu mal”, “Pérola Negra” e “Barato total”. A cantora deixou um filho, Gabriel Costa Penna Burgos, de 17 anos.

. Início da carreira:

Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de Setembro de 1945, em Salvador (BA). Ela trabalhou em uma loja de discos na capital baiana, onde conheceu o cantor João Gilberto. Em 1963, ela foi apresentada a Caetano Veloso por sua amiga Dedé Gadelha, que na época era casada com o cantor.

Em 1964, Gal participou da inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador, ao lado de Caetano, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé, entre outros. Na época, ela ainda utilizava o nome Maria da Graça quando lançou “Eu vim da Bahia”, de Gilberto Gil, em 1965.

. Símbolo do movimento tropicalista:

Gal era cantora, intérprete e compositora e um dos grandes nomes do movimento Tropicália e da MPB. Ela gravou, em 1968, duas músicas do álbum “Tropicália ou Panis et Circencis”, lançado por ela, Caetano, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé. A artista também participou, no mesmo ano, do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, no qual conquistou o 3.o lugar com a música “Divino Maravilhoso”.

. Voz da contracultura durante a ditadura:

Em 1969, a cantora lançou o álbum “Gal Costa”, com canções de Roberto Carlos e Erasmo. Durante a Ditadura Mili- tar no Brasil, a artista se firmou como uma das representantes do Tropicalismo enquanto seus parceiros Gil e Caetano estavam no exilados. Na época, gravou ao vivo o álbum “FaTal: Gal a Todo Vapor”, em 1971, que foi um marco e a consolidou como voz da contracultu- ra brasileira no período do regime militar. Sucesso na carreira:

Ao longo da carreira, Gal lançou 43 álbuns, 12 DVDs e participou de 16 especiais na televisão. Ela foi indicada 5 vezes ao Grammy Latino e venceu o Prêmio da Música Bra- sileira, em 2016, na cate- goria “Melhor Cantora”.

. Fãs no exterior:

A morte dela pegou os fãs de surpresa. Gal era admirada por estrangeiros apreciadores da MPB, estudiosos, críticos, profissionais da música ou em países com comunidades brasileiras, entre eles Israel, Itália, Japão, Portugal, EUA, entre outros.

O velório da artista ocorreu na sexta-feira (11), seguido de sepultamento, reservado a familiares e amigos íntimos, na capital paulista, onde ela residia.