Indícios de corrupção na empresa de abastecimento de água a Newark
Numa altura em que Newark foi obrigado a despedir polícias e pedir ajuda ao estado, uma das suas estruturas mais importantes manuseava alegadamente milhões de dólares em pagamentos ilegais, acordos económicos suspeitos e investia em operações finnaceiras de risco, mesmo por debaixo do nariz dos líderes autárquicos, seghundo um relatório divulgado há dias pelo gabinete do controlador estadual. Até que foi obrigada a encerrar por um Juiz, o ano passado, a Newark Watershed Conservation Development Corporation, a empresa responsável pelo abastecimento de água a Newark liderou os 35 mil hectares de reservas hídricas que abastece os quase 500 mil residentes do norte de New Jersey. Entre 2008 e 2011, o controlador financeiro do estado alega que os responsáveis pela agência “brincaram” com milhões de dólares do erário público.
O controlador afirma mesmo num relatório de 45 páginas tornado público a semana passada que, durante anos, “houve abuso público em virtude de uma má gestão e de controle.” Linda Watkins-Brashear, a directora da agência e aliada política do então Mayor de Newark, cory Booker, passou cheques não declarados para si própria no valor de 200 mil dólares e ofertou contratos a amigos e ao próprio marido tendo ainda sido responsável pela perda de cerca de 500 mil dólares em investimentos de risco, diz o relatório. A notícia foi avançada pelo jornal “Star Ledger”.
Quando confrontada com as perguntas do controlador financeiro do estado sobre estas matérias, Watkins-Brashear apelou á 5ª emenda da Consituição de forma a não se incriminar, segundo relatório. Através dos seus advogados, Watkins-Brashear afirmou que o relatório está errado e que actuou sempre com a aprovação da administração Booker. Desde os anos 70 que o Newark Watershed foi responsável pela administração dos terrenos nos condados de Passaic, Morris e Sussex. Por altura dos anos 90 a cidade contratou a Watershed para gerir a unidade de purificação de água em Pequannock.
Pouco tempoa após Cory Booker ter tomado posse, toda a acção da infraestrutura passou a ser gerida pela Newark Watershed através de contratos e consultadoria. Não obstante investigações realizadas pela Newark Water Group, uma organização colectiva de residentes activistas, assim como uma série de reportagens publicadas pelo jornal “Star Ledger”, a administração Booker continuou a patrocinar contratos sem concurso público na ordem dos 10 milhões de dólares anuais. A cidade era o único cliente da agência oq ue significa que todos os fundos probinham de dinheiro público.
O ano passado, após o controlador estadual ter revelado o resultado da sua investigação a administração Booker decidiu dissolver a agência e solicitou ao Juiz Dennis Carey do tribunal Superior de Justiça de Newark que designasse uma nova administração para a Watershed. Na posse de um mandato, o tribunal consegiu deitar mão a centenas de documentos e recibos relativos aos anos de 2008 a 2011, incluindo inquréritos feitos a advogados, contabilistas e funcionários camarários.
O exaustivo relatório culminou com a descoberta de inúmeras irregularidades, má gestão e corrupção a nível inimaginários. Em 2010, no mesmo ano em que Newark depediu 160 polícias e cerca de 800 funcionários camarários, Watkins-Brashear tratava-se a si própria e a outros 20 convidados numa mega-festa em Atlantic City durante a confereência da Liga dos Municípios, segundo o relatório. Watkins-Brashear e os seus convidados jantaram lagosta e carangueijo do Alaska e filet-mignon, regados com martinis, cognac e vinhos. Durante anos, o conselho municipal, liderado pelos vereadores Augusto Amador, Aníbal Ramos e Ron Rice apelaram a uma investigação à operação da Newark Watershed e abandonaram a sua luta quando os responsáveis da agência se recusaram a fornecer informação ao conselho municipal. “Como chairman da comissão do conselho municipal na caso Watershed sinto-me satisfeito por ter verificado haver necessidade de solicitar ao estado uma investigação,” disse o vereador em comunicado. O relatório agora divulgado confirmam as nossas suspeitas de actividade ilegal da Watershed e aplaudo o trabalho efectuado pelo controlador financeiro do estado Boxer por ter descoberto e trazido à justiça os que abusaram da confiança pública enquato dirigiam uma agência,” disse.
Baraka já veio a público dizer que não estava surpreendido com as doscobertas do controlador do estado. “O conselho municipal tinha suspeitas de irregularidades na atribuição de contratos e de gastos excessivos,” disse Baraka. esta organização há anos que actuava sem controle e precisava de ser desmantelada,” concluiu.
O vereador Ramos também registou com agrado a acção do controlador financeiro do estado afirmando: “Esta acção serve de lição para a cidade para que olhe de frente para as práticas despesistas com organizações com quem a cidade lida actualmente.” Brashear doou mais de 5 mil dólares para as campanhas de Booker entre 2008 e 2010 surgundi como voluntária em algumas organizações de Booker. Ai nda doou mil dólares para a campanha de Booker para o senado, o ano passado.
O relatório de 45 páginas do controlador financeiro do estado teve apoio da Divisão de Justiça Criminal do estado de New jersey e do IRS.