Inflação retira 65 euros de poder de compra ao salário mínimo
Os portugueses que recebem o salário mínimo têm actualmente menos 65 euros de poder de compra do que há um ano devido à inflação, que em Setembro foi de 9,3%, revelam dados divulgados pela Pordata.
Números publicados pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos para assinalar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinalou esta segunda , revelam que o impacto da inflação – que atingiu em Setembro dados que já não se viam desde 1992, faz baixar o poder de compra de quem recebe o salário mínimo de 705 euros para 639.
Já as pessoas que recebem pensões mínimas de velhice e invalidez (278,05 euros) ficam na prática com 252 euros devido à inflação, menos 25,9 euros de poder de compra do que em 2021.
O estudo da Pordata alerta que já em 2020, primeiro ano da pandemia, o número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, que vinha a descer desde 2014, aumentou 12,5%, o que fez Portugal passar do 13.º para o 8.º lugar dos países com mais população em risco de pobreza entre os 27 da União Europeia.
Entre 2019 e 2020, Portugal piorou a sua posição noutros dois indicadores relativos à pobreza: a taxa de risco de pobreza (passou de 12.º para 10.º) e a desigualdade na distribuição do rendimento (do 10.º para o 8.º).
Mas foi no indicador relativo às condições de alojamento que Portugal ficou pior: Foi o 2.º país dos 27 com mais pessoas a viver em alojamentos com más condições (25%) em 2020 e no ano seguinte foi o 5.º país com mais população incapaz de aquecer convenientemente a habitação (16%).
Ainda assim, Portugal está mais bem posicionado no que diz respeito à situação alimentar, tendo sido, em 2021, o 2.º país dos 27 em que mais pessoas pobres conseguiam assegurar uma refeição de carne, peixe ou equivalente vegetariano de 2 em 2 dias (são 6% os que não o conseguem fazer).