INOVAÇÃO: Inteligência oficial devolveu voz a mulher
Investigadores da Universidade da Califórnia em São Francisco e da Universidade da Califórnia em Berkeley desenvolveram uma interface cérebro-computador (BCI) que permitiu a uma mulher com paralisia grave causada por um acidente vascular cerebral falar através de um avatar digital.
É a primeira vez que a fala ou as expressões faciais são sintetizadas a partir de sinais cerebrais.
O sistema também pode descodificar estes sinais em texto a cerca de 80 palavras por minuto, uma grande melhoria em relação à tecnologia disponível no mercado.
Edward Chang, presidente de cirurgia neurológica da UCSF, que trabalhou na tecnologia, conhecida como interface cérebro-computador, ou BCI, por mais de uma década, espera que este último avanço da pesquisa, aparecendo em 23 de Agosto de 2023, na Nature, levará a um sistema aprovado pela FDA que permite a fala a partir de sinais cerebrais em um futuro próximo.
O objectivo é restaurar uma forma de comunicação completa e incorporada, que é realmente a forma mais natural de falarmos com os outros, disse Chang, que é membro do Instituto Weill de Neurociências da UCSF e Jeanne Robertson Distinguished Professor in Psychiatry, referindo que estes avanços nos aproximam muito mais de uma solução real para os doentes.
A equipa de Chang demonstrou anteriormente que era possível descodificar sinais cerebrais em texto num homem que também tinha sofrido um AVC do tronco cerebral muitos anos antes.
O estudo actual demonstra algo mais ambicioso: descodificar sinais cerebrais para a riqueza da fala, juntamente com os movimentos que animam o rosto de uma pessoa durante uma conversa.
Chang implantou um rectângulo fino como papel com 253 eléctrodos na superfície do cérebro da mulher, sobre áreas que a sua equipa descobriu serem críticas para a fala.
Os eléctrodos interceptaram os sinais cerebrais que, se não fosse o AVC, teriam ido para os músculos da língua, do maxilar e da laringe, bem como para o rosto.