IPO PORTO: Operação à próstata inicia cirurgia robótica

O Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO Porto) iniciou um programa de cirurgia robótica, com uma prostectomia radical, tornando-se o primeiro centro oncológico do país a integrar um robot cirúrgico nas suas operações, indicou a instituição.

A primeira cirurgia realizada com auxílio de um robot cirúrgico, uma prostectomia radical num homem de 54 anos, aconteceu a 28 de Março. 

Entretanto já foram realizadas pelo menos mais três: duas na área da ginecologia e uma segunda na urologia.

“Começámos com um doente com cancro na próstata. O tratamento foi a remoção da próstata e a reconstrução das vias urinárias. A utilização do ‘robot’ tornou a cirurgia mais segura e mais fácil de realizar, reduzindo de forma significativa as complicações”, descreveu à Lusa o director de Cirurgia do IPO Porto.

Sobre cirurgias que, na estreia, são realizadas na presença de tutores, Lúcio Lara Santos contou que as vantagens passam por “poder observar de vários ângulos o objecto a operar”, garantir “mais firmeza e segurança do tratamento dos tecidos em casos mais minuciosos”, bem como conseguir “uma redução muito grande de lesão dos tecidos”.

“No caso da próstata, é importante garantir menor lesão nos nervos importantes para manter a função do aparelho urogenital. E, em geral, acreditamos que estas práticas contribuem para uma redução do tempo de internamento. Há uma retoma da função e da sua vida social e profissional mais rápida”, acrescentou.

Um tutor é um cirurgião com centenas de cirurgias robóticas naquela área.

Até aqui as cirurgias robóticas realizadas pelo IPO Porto foram assistidas por tutores portugueses. Em breve chegarão à instituição tutores de hospitais espanhóis e será dada continuidade ao programa em áreas como cirurgia esofagogástrica, rectal, hepática, pancreática e torácica, entre outras.

O Programa de Cirurgia Robótica do IPO Porto insere-se numa estratégia que começou a ser desenhada há cerca de dois anos e ao abrigo deste projecto estão em formação dezenas de profissionais.

Além de cirurgiões, a equipa inclui enfermeiros, instrumentistas, circulantes, auxiliares, a equipa da esterilização, especialistas em engenharia e informáticos.

O primeiro passo foi o levantamento de todo o conhecimento científico do custo/benefício e segurança de cirurgia robótica em oncologia.

Lúcio Lara Santos contou que foi criado um grupo de cirurgiões “com bastante experiência em cirurgia oncológica e cirurgiões mais jovens que tinham um ‘background’ em cirurgia laparoscópica”.

“E constituímos as equipas que começaram a ser treinadas na cirurgia robótica”, sintetizou, acrescentando que “o primeiro investimento é caro, mas posteriormente há ganhos significativos para o doente, familiares e para a instituição”.