IRONBOUND | ARTÉRIAS DO BAIRRO AGORA DE ‘CARA NOVA’
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
O IBID (Ironbound Business Improvement District), a associação de empresários e comerciantes do Bairro Leste de Newark, novamente em parceria com o vereador Augusto Amador e as autoridades municipais, encetou mais uma acção de embelezamento desta zona da cidade. A iniciativa é responsável pela colocação de bandeiras nos postes de electricidade de duas das mais importantes artérias comerciais do Ironbound – a East Ferry Street e a Wilson Avenue.
“A operação de colocação de bandeiras abrange a East Ferry Street das 5 Esquinas até ao seu encontro com a Market Street e a Wilson Avenue do mesmo ponto até ao seu final, junto à Rome Street”, explica Manny Lopes, presidente do IBID e proprietário da casa de ferragens ‘Lopes & Filhos’, na Ferry Street, em declarações prestadas ao jornal LUSO-AMERICANO. “Das 5 Esquinas até à Penn Station, pela Ferry abaixo, já o ano passado tínhamos colocados dísticos nos postes de metal com mensagens de promoção ao bairro; só não o fizemos na zona alta da Ferry pelo facto de os postes de electricidade ainda serem de madeira.”
Depois de os comerciantes da zona junto às 5 Esquinas terem contactado o IBID a pedir tratamento equiparado, “sentimos que realmente aquela zona da cidade também merecia estar embelezada; afinal, pagam impostos como todos os outros. Debatemos a questão e o nosso director-executivo, Seth Grossman, contactou o vereador Augusto Amador, que sugeriu então que se fizesse a operação bandeiras.”
Hoje, quem percorrer aquelas artérias, verá, intercaladas, bandeiras dos EUA, da cidade de Newark, do IBID e do condado de Essex, a dar um ar fresco e jovial à zona. O projecto ficou-se em cerca de 9 mil dólares, “muito embora não haja preço para se ver o nosso Ironbound de cara remodelada e a dar as boas-vindas a quem o visite ou aqui viva ou trabalhe”, nota Manny Lopes, que assumiu a presidência do IBID há dois anos.
Criado há 21 anos, este organismo semi-privado é financiado por um subsídio municipal extraído dos impostos comerciais do Ironbound. O seu orçamento anual é aprovado pela cidade e o de 2022 “irá estar acima do um milhão de dólares”, revela Lopes. “É importante que as pessoas compreendam que, sem as autoridades municipais, o nosso trabalho não seria possível e é aí que sublinho o apoio que o vereador Augusto Amador, incondicionalmente, nos tem dado para podermos operar com eficiência.”
Acrescenta o presidente do IBID: “No fundo, trabalhamos para a cidade, só não somos funcionários camarários.”
O emigrante de Valença do Minho diz que olha para o Ironbound como uma espécie de centro comercial gigante “e sem tecto. Tal como num centro comercial, há uma estrutura de gestão que se ocupa da sua manutenção, da limpeza aos espaços verdes e estacionamento. O IBID é esse braço responsável pelo aspecto comercial do Ironbound.”
É através da intervenção do IBID, por exemplo, que uma companhia de recolha de lixo fornece diariamente esse serviço ao bairro, juntando-se à colecta de dois dias por semana que os serviços da câmara proporcionam.
Poucos comerciantes conhecem o Ironbound e a sua dinâmica comercial como o minhoto Manny Lopes: para além de ter há 40 ano o seu estabelecimento na Ferry, “desde que cheguei à América que estou aqui, antes como funcionário, depois como proprietário, entre a Jefferson e a Congress. O Ironbound é a minha vida e passo aqui mais tempo do que noutro sítio qualquer.”
Voltando ao IBID, reforça: “A nossa missão é permitir que haja qualidade de vida no bairro. Segurança, limpeza, etc., não só para os comerciantes, mas para quem nos visita e aqui vive. O Ironbound está a crescer cada vez mais e há muita gente a fazer grandes investimentos aqui, pelo que a nossa responsabilidade é cada vez maior.”