ISABEL E ANTÓNIO MELO: UM CASAL EMPREENDEDOR COM OBRA FEITA NA COMUNIDADE

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Isabel e António Melo sempre souberam conciliar as suas responsabilidades profissionais com o dever comunitário. Para além de estarem ambos à frente de carreiras que os ocupam grande parte do tempo, souberam ter dedicação à vida associativa e deixar marca no historial da presença portuguesa no estado de Long Island – ela como primeira mulher presidente do Portuguese-American Center of Suffolk e ele como ensaiador durante inúmeros anos do Rancho Folclórico ‘Aldeias de Portugal’, de Farmingville.

Isabel Melo nasceu no Porto e cresceu em Marco de Canaveses; tinha 8 anos quando os pais emigraram para o estado de Nova Iorque, fixando-se na região de Long Island. Apaixonada pela decoração de interiores, e depois de ter feito um curso ligado ao ramo no Suffolk County Community College, em 2007 criou a Isabel’s Interiors [www.isabelsinteriors.com] – muito embora tivesse primeiro que assumir o papel de mãe. “Tivemos quatro filhos e claro que a tarefa de os educar se sobrepôs à ocupação profissional”, conta, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Mas assim que pude, segui o meu sonho de ser decoradora de interiores. Cheguei a trabalhar na área de arquivos médicos, mas não era o que me deixava realizada”.

A sede das empresas de António e Isabel Melo, em Farmingville, NY

❝TIVEMOS QUATRO FILHOS E CLARO QUE A TAREFA DE OS EDUCAR SE SOBREPÔS À OCUPAÇÃO PROFISSIONAL❞

➔Isabel Melo,

decoradora de interiores

Considera-se ecléctica e capaz de ir de encontro àquilo que os clientes dela exigem. Concentra a sua actividade maioritariamente em Long Island, por razões logísticas, e tem tido papel activo na sucursal local da Interior Design Society – da qual, aliás, foi nomeada ‘Designer of the Year’ em 2019. No mesmo ano, Melo fez parte de um grupo de profissionais da Interior Design Society que decorou uma casa oferecida a um veterano e estavam em processo de decorar a ‘Angel’s House’ – uma instituição infantil para doentes terminais de cancro – quando a COVID aconteceu… “Infelizmente tivemos de interromper o trabalho”, nota, reconhecendo, por outro lado, que a pandemia abriu algumas oportunidades aos decoradores, “uma vez que agora as pessoas tendem a passar mais tempo em casa e preocupam-se mais com a aparência do espaço que habitam. Estamos todos um bocado mais ocupados, muito embora a entrega de materiais e peças de decoração possa levar agora até 8 meses, o que nos complica as coisas”.

Mãe de dois gémeos verdadeiros, Isabel Melo chegou a ter o quarto dos filhos – decorado por si – nas páginas do jornal ‘Newsday’, no artigo ‘Designing for Twins’.

Ela é decoradora de interiores, ele empresário no ramo da construção civil

Quem teve igualmente de confrontar a situação de pandemia a nível profissional, foi o marido da decoradora, António Melo. Estando à frente de duas empresas na área da construção civil – a Melo Contracting e a Farmingville Masonry & Concrete Supply [www.farmingvillemasonry.com], foi capaz de evitar despedimentos ao criar um sistema de rotatividade que permitiu manter todos os seus funcionários a trabalhar.

❝A CULTURA PORTUGUESA ESTEVE SEMPRE PRESENTE EM NOSSA CASA E ISSO FEZ COM QUE EU A TRANSMITISSE TAMBÉM AOS AOS MEUS FILHOS❞

➔António Melo, empresário

no ramo da construção civil

“Nunca fechámos a loja de venda de materiais de construção, muito embora agora os nossos clientes não possam entrar e tenham de levantar as suas encomendas à porta”, explica o empresário. “Quanto à empresa de construção, mantivemo-nos em funcionamento porque éramos trabalhadores essenciais”.

Melo sabe que várias empresas do sector em mãos de portugueses estiveram desactivadas durante um período de tempo, “uma vez que muitos projectos – sobretudo em Manhattan – foram interrompidos, afectando carpinteiros, canalizadores, electricistas e outros profissionais do ramo. É um efeito em cadeia. Apesar de as coisas ainda não terem regressado ao nível pré-COVID, estão a voltar ao lugar”.

António Melo criou a empresa de construção em 1992 e a de venda de materiais em 2012, empregando hoje cerca de 25 funcionários.

Isabel e António Melo sempre souberam conciliar as suas responsabilidades profissionais com o dever comunitário. Para além de estarem ambos à frente de carreiras que os ocupam grande parte do tempo, souberam ter dedicação à vida associativa e deixar marca no historial da presença portuguesa no estado de Long Island – ela como primeira mulher presidente do Portuguese-American Center of Suffolk e ele como ensaiador durante inúmeros anos do Rancho Folclórico ‘Aldeias de Portugal’, de Farmingville.

Isabel Melo nasceu no Porto e cresceu em Marco de Canaveses; tinha 8 anos quando os pais emigraram para o estado de Nova Iorque, fixando-se na região de Long Island. Apaixonada pela decoração de interiores, e depois de ter feito um curso ligado ao ramo no Suffolk County Community College, em 2007 criou a Isabel’s Interiors [www.isabelsinteriors.com] – muito embora tivesse primeiro que assumir o papel de mãe. “Tivemos quatro filhos e claro que a tarefa de os educar se sobrepôs à ocupação profissional”, conta, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Mas assim que pude, segui o meu sonho de ser decoradora de interiores. Cheguei a trabalhar na área de arquivos médicos, mas não era o que me deixava realizada”.

❝TIVEMOS QUATRO FILHOS E CLARO QUE A TAREFA DE OS EDUCAR SE SOBREPÔS À OCUPAÇÃO PROFISSIONAL❞

➔Isabel Melo,

decoradora de interiores

Considera-se ecléctica e capaz de ir de encontro àquilo que os clientes dela exigem. Concentra a sua actividade maioritariamente em Long Island, por razões logísticas, e tem tido papel activo na sucursal local da Interior Design Society – da qual, aliás, foi nomeada ‘Designer of the Year’ em 2019. No mesmo ano, Melo fez parte de um grupo de profissionais da Interior Design Society que decorou uma casa oferecida a um veterano e estavam em processo de decorar a ‘Angel’s House’ – uma instituição infantil para doentes terminais de cancro – quando a COVID aconteceu… “Infelizmente tivemos de interromper o trabalho”, nota, reconhecendo, por outro lado, que a pandemia abriu algumas oportunidades aos decoradores, “uma vez que agora as pessoas tendem a passar mais tempo em casa e preocupam-se mais com a aparência do espaço que habitam. Estamos todos um bocado mais ocupados, muito embora a entrega de materiais e peças de decoração possa levar agora até 8 meses, o que nos complica as coisas”.

Mãe de dois gémeos verdadeiros, Isabel Melo chegou a ter o quarto dos filhos – decorado por si – nas páginas do jornal ‘Newsday’, no artigo ‘Designing for Twins’.

Quem teve igualmente de confrontar a situação de pandemia a nível profissional, foi o marido da decoradora, António Melo. Estando à frente de duas empresas na área da construção civil – a Melo Contracting e a Farmingville Masonry & Concrete Supply [www.farmingvillemasonry.com], foi capaz de evitar despedimentos ao criar um sistema de rotatividade que permitiu manter todos os seus funcionários a trabalhar.

❝A CULTURA PORTUGUESA ESTEVE SEMPRE PRESENTE EM NOSSA CASA E ISSO FEZ COM QUE EU A TRANSMITISSE TAMBÉM AOS AOS MEUS FILHOS❞

➔António Melo, empresário

no ramo da construção civil

“Nunca fechámos a loja de venda de materiais de construção, muito embora agora os nossos clientes não possam entrar e tenham de levantar as suas encomendas à porta”, explica o empresário. “Quanto à empresa de construção, mantivemo-nos em funcionamento porque éramos trabalhadores essenciais”.

Melo sabe que várias empresas do sector em mãos de portugueses estiveram desactivadas durante um período de tempo, “uma vez que muitos projectos – sobretudo em Manhattan – foram interrompidos, afectando carpinteiros, canalizadores, electricistas e outros profissionais do ramo. É um efeito em cadeia. Apesar de as coisas ainda não terem regressado ao nível pré-COVID, estão a voltar ao lugar”.

António Melo criou a empresa de construção em 1992 e a de venda de materiais em 2012, empregando hoje cerca de 25 funcionários.

Com a COVID, diz ter adoptado uma série de medidas de segurança extra que considera fundamentais. “Temos de estar abertos mas todo o cuidado é pouco”, nota. “Afinal, se adoecermos, teremos de encerrar e aí é que não há negócio. Mais vale vender menos e ter a tranquilidade de que estamos a proteger os nossos funcionários e respectivas famílias e os clientes”.

António Melo junto a uma das suas viaturas pesadas

António nasceu em Alheira, no Minho, e tinha 10 anos quando veio viver para Mineola, onde esteve até casar, mudando-se na altura para o condado de Suffolk. Confessa ter passado alguns anos da adolescência mais ligado à vida americana, “mas por volta dos 18 redescobri as minhas origens e passei a fazer parte da vida associativa, frequentando os clubes portugueses em Mineola”.

A ligação ao movimento folclórico também aconteceu de forma natural, sublinha. “O meu pai tocava concertina e adorava cantigas ao desafio”, diz António Melo. “A cultura portuguesa esteve sempre presente em nossa casa e isso fez com que eu a transmitisse também aos meus filhos”.

Com a COVID, diz ter adoptado uma série de medidas de segurança extra que considera fundamentais. “Temos de estar abertos mas todo o cuidado é pouco”, nota. “Afinal, se adoecermos, teremos de encerrar e aí é que não há negócio. Mais vale vender menos e ter a tranquilidade de que estamos a proteger os nossos funcionários e respectivas famílias e os clientes”.

Um dos trabalhos da decoradora Isabel Melo

António nasceu em Alheira, no Minho, e tinha 10 anos quando veio viver para Mineola, onde esteve até casar, mudando-se na altura para o condado de Suffolk. Confessa ter passado alguns anos da adolescência mais ligado à vida americana, “mas por volta dos 18 redescobri as minhas origens e passei a fazer parte da vida associativa, frequentando os clubes portugueses em Mineola”.

A ligação ao movimento folclórico também aconteceu de forma natural, sublinha. “O meu pai tocava concertina e adorava cantigas ao desafio”, diz António Melo. “A cultura portuguesa esteve sempre presente em nossa casa e isso fez com que eu a transmitisse também aos meus filhos”.