Jovem lusodescendente fugiu da guerra com a ajuda de dois emigrantes
Uma jovem lusodescendente na Ucrânia passou quatro dias a fugir, atingindo a fronteira polaca, onde foi recebida por emigrantes portugueses que a vão enviar para Portugal, enquanto a mãe continua com o irmão, obrigado a ficar. O caso foi contado por André Portugal, um dos dois jovens portugueses a residir na Polónia que, assim que identificaram a dimensão da invasão russa, se mobilizaram para ajudar quem chegava às fronteiras polacas.
A residir em Zakopane, estes portugueses reuniram bens de primeira necessidade e formaram uma pequena caravana que chegou à fronteira de KroÊcienko. Entregaram os bens e perguntaram o que era mais necessário para irem comprar e novamente entregar. No regresso da fronteira, trouxeram pessoas que fugiam, dando boleias até cidades vizinhas ou até às estações de comboio.
Além da fronteira de KroÊcienko, estes voluntários percorreram as de Korczowa, Piaski e Chotynie. Em Przemys, cidade conhecida pela riqueza de museus e monumentos, ficaram impressionados com a tenda de lona para bebés, onde os mais pequenos se abrigavam do frio e da neve.
Após terem recebido um apelo de uma portuguesa a residir na Ucrânia, mãe de uma filha de 16 anos e de um rapaz de 19 anos, os portugueses cumpriram uma missão especial: encontraram a jovem que tinha partido há quatro dias, mantêndo-a em segurança e trataram da sua viagem para Portugal. O filho do casal, com 19 anos, teve de ficar para lutar e a mãe não quis deixá-lo sozinho. Enviou a filha para a Polónia e pediu ajuda aos conterrâneos para a acolherem na fronteira.
Foi precisamente o voluntariado que levou este português, 32 anos, à Polónia, depois de outras experiências em Portugal e outros países.