Jovens licenciados começam a sua vida empenhados por causa das propinas

Martins

A média da dívida nacional dos estudantes americanos é de 25 mil dólares por aluno segundo números de 2010, os últimos divulgados pelo Instituto de Acesso e Sucesso académico. É o maior número na história do sistema escolar americano, em cerca de 43% desde 1996. 70% dos estudantes de Pennsylvania possuem empréstimos bancários em comparação com a percentagem nacional. Os números de New Jersey estão equiparados à média nacional. A recessão e o acesso a um crédito cada vez mais difícil podem fazer repensar numa “falhanço” total do sistema de ensino nos estados Unidos para os jovens entre os 18 e os 34 anos de idade. Barmak Nassirian, director-adjunto da Associação Americana de Registos Escolares diz que “não é justo colocar um jovem de 17 anos de idade, sem experiência de crédito, perante uma dívida tão elevada, quando ainda não sabe o que vai fazer com a sua vida e se pode pagar o que deve logo que termine o seu curso.” No total, a dívida dos estudantes é de mais de um trilião de dólares. Este número inclui empréstimos a estudantes que se matricularam em qualquer curso superior, independentemente se completaram o seu curso ou não. A referência financeira é maior do que todo o débito acumulado pelos consumidores americanos com os seus cartões de crédito (698 biliões) ou todos os empréstimos no ramo automóvel (730 biliões). Os empréstimos dos estudantes podem ser perigosos para os jovens que não podem declarar falência pessoal e virar as costas às suas obrigações, da mesma forma como podem os outros consumidores. “Isto preocupa-me,” afirma Mike Mychack, de 24 anos de idade de Port Richmond. Este jovem graduou da Temple University, com 50 mil dólares de dívida e está agora empregado no Bridesburg Boys & Girls Club onde ganha cerca de 20 mil dólares anuais. “Nunca vou conseguir pagar a minha dívida,” afirma. Neste cenário, as propinas continuam a aumentar nas universidades e colégios públicos e privados na América. As propinas na Penn State são de 15 mil dólares, mais do que a média nacional que é de $6.500. Certas escolas – a Universidade de Pennsylvania é uma delas – oferecem pacotes de apoio financeiro sem o recurso a “loans”. Contudo, são os pais que acabam por contribuir e são eles que requerem empréstimos bancários para completar o apoio que os jovens necessitam. Paul Martins, pai da luso-americana Stephanie Martins, de 25 anos, no ano passado seu último ano na Rutgers School of Law e Camden, diz que a tarefa é difícil. A jovem deve cerca de 100 mil dólares. Paul e Isabel Martins redisem em Barrington, e estão confiantes que a filha vai acabar “por ultrapassar todos os obstáculos”. Paul desenvolve equipamento farmacêutico e possui formação liceal e esposa Isabel é paralegal e possui licenciatura. Stephanie estudou Espanhol no Ursinos College onde o custo anual das propinas era de 50 mil dólares. Paul e Isabel optaram por ajudar a filha a pagar-lhe as propinas na Rutgers, um dos seus objectivos. Stephanie já graduou e procura ser Procuradora, “mas há poucas vagas nesta área,” disse o ano passado a jovem. Cerca de 320 mil estudantes que recomeçaram a pagar os seus empréstimos em 2009 já pararam de pagar os empréstimos. Quando quiserem comprar casa verão os seu crédito arruinado.