Justiça britânica atrasa extradição de Julian Assange e pede mais garantias aos EUA
Um tribunal britânico atrasou a extradição do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, do Reino Unido para os Estados Unidos, exigindo mais garantias às autoridades norte-americanas.
Na decisão publicada pela juíza do Tribunal Superior de Londres, Victoria Sharp, esta consideram que Assange poderá ter razão em três dos nove fundamentos de recuso.
“A menos que os respondentes forneçam garantias satisfatórias, concederemos a licença para recorrer”, referem.
A decisão é uma consequência de um pedido de autorização dos advogados do australiano para recorrerem contra o pedido de extradição feito pelos EUA, e que foi autorizado pelo Governo britânico em 2022.
Os advogados apresentaram vários fundamentos para o recurso ser admitido, e a juíza concedeu que três deles são válidos.
O tribunal britânico deu assim aos EUA três semanas para dar garantias satisfatórias que o Assange está autorizado a invocar a Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão, e que não será prejudicado no julgamento e sentença devido à sua nacionalidade, sendo-lhe concedidas as mesmas protecções que um cidadão norte-americano teria.
O tribunal também quer garantias de que não será aplicada a pena de morte.
Uma nova audiência foi marcada para o dia 20 de Maio de 2024, com o intuito de tomar uma decisão final sobre a autorização de recurso.
A justiça dos Estados Unidos quer julgar Julian Assange por ter publicado desde o ano de 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais, sobre actividades militares e diplomáticas dos EUA, particularmente em países como o Iraque e o Afeganistão.