Justiça publica os primeiros documentos relacionados com o caso de Epstein

Foram publicados os primeiros documentos judiciais relacionados com Jeffrey Epstein, acusado de abuso sexual e tráfico de menores, até agora confidenciais.

Os documentos, com quase mil páginas, fazem parte de uma ação judicial por difamação, movida em 2015 por Virginia Giuffre, uma das principais denunciantes de Epstein, contra a amante e parceira de negócios do mesmo, a britânica Ghislaine Maxwell, e têm atraído a atenção mundial pelo alegado envolvimento de figuras importantes, como Bill Cliton e o príncipe Andrew.

A mulher em questão explica que quando tinha 17 anos foi atraída de um emprego no clube de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, para se tornar ‘massagista’ de Epstein – o que incluiria actos sexuais. Para além deste, Giuffre terá sido pressionada a envolver-se com homens do circulo de Epstein, incluindo o Príncipe Andrew da Inglaterra, contra quem apresentou um processo em 2022.

Esta parte dos documentos foi revelada porque, de acordo com a juíza que lhe deu ‘luz verde’, muita desta informação já era pública. Ao longo dos anos, outras informações têm vindo a ser reveladas, quer seja pelos jornais, em tribunal ou documentários.

Assim como Virginia Giuffre outras mulheres também moveram ações legais, no mesmo ano, contra o magnata.

A menção de nomes nos documentos divulgados não implica, no entanto, culpa, uma vez que existem desde e-mails a declarações de vítimas e testemunhas.

A identidade de menores de idade ou de quem não prestou declarações públicas vai permanecer oculta.

Epstein era um milionário com conexões em vários ramos, desde as celebridades, a políticos e académicos. Foi detido pela primeira vez em 2005 em Palm Beach, depois de ter sido acusado de pagar a uma adolescente de 14 anos para se envolver com ele.

Relativamente ao caso de Virginia Giuffre, foi detido em Julho 2019 e tirou a sua própria vida em Agosto do mesmo ano, enquanto aguardava pelo seu julgamento.