Kamala atinge recorde de doações em 24 horas
Em menos de 24 horas, a vice-presidente Kamala Harris, não só amealhou os apoios necessários para garantir a nomeação como candidata presidencial do Partido Democrata nas eleições de Novembro, como arrecadou um recorde de mais de 81 milhões de dólares em doações (cerca de 74 milhões de euros). Este valor é, segundo a imprensa internacional, o maior montante angariado nesse período por qualquer um dos partidos nesta corrida à Casa Branca.
De facto, Harris, que anunciou a candidatura na segunda-feira, depois de o presidente Joe Biden ter renunciado a reeleição, é já a principal candidata dos Democratas.
Além do apoio do chefe de Estado, a responsável acumulou também o da antiga líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e de todos os governadores democratas do país, alguns dos quais que tinham sido apontados como possíveis candidatos.
“[Estou] orgulhosa por ter conseguido o amplo apoio necessário. […] Estou ansiosa por aceitar formalmente esta nomeação em breve”, reagiu, na segunda-feira, em comunicado.
Se apenas um candidato alcançar as 300 assinaturas, a votação virtual pode já realizar-se a 1 de Agosto, segundo adiantaram responsáveis do partido a meios de comunicação locais. Contudo, caso surjam mais candidatos, a votação terá lugar dias mais tarde, ainda que seja garantido que estará concluída até 7 de Agosto.
Existem quatro democratas que podem tornar-se possíveis companheiros de corrida da vice- presidente, segundo uma análise realizada pela Associated Press. Entre eles estão o governador do Kentucky, Andy Beshear, de 46 anos, que venceu a reeleição no ano passado e derrotou o então procurador-geral Daniel Cameron.
O governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, de 67 anos, que venceu seis eleições gerais estaduais ao longo de duas décadas, num Estado onde os republicanos prevalecem rotineiramente em disputas federais semelhantes e também controlam a legislatura.
O senador do Arizona, Mark Kelly, aproveitou a sua carreira como astronauta para construir uma marca de moderado num Estado que há muito apoia os republicanos. Nas suas duas campanhas, (em 2020 para terminar o mandato do falecido senador republicano John McCain, e dois anos depois para um mandato completo) Kelly obteve mais votos do que qualquer outro democrata nas urnas, superando até Biden (por dois pontos percentuais), que venceu no Arizona, em 2020.
Por fim, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, encontra-se a meio do seu segundo ano no cargo, depois de ter vencido facilmente as suas últimas eleições ao derrotar um candidato de extrema-direita apoiado por Trump. O responsável 51 anos tem apoiado Biden, tem anos de experiência em fazer de Trump o foco dos seus ataques, primeiro como procurador-geral do Estado e agora como governador.
Com um currículo na área judicial, Kamala Harris, nascida em Oakland há 59 anos, é o nome mais forte do Partido Democrata para defrontar Donald Trump em Novembro. Antes de ter sido senadora, entre 2017 e 2021, actuou como procuradora-geral da Califórnia, de 2011 a 2017, um papel elogiado pelos moderados pelo seu pulso forte na gestão do crime e justiça, mas também criticado pela ala esquerda do partido.
Filha de mãe indiana e pai jamaicano, Harris opôs-se sempre às políticas de Trump e propôs-se como candidata do partido em 2020, com críticas ao actual Presidente, Joe Biden, também candidato.
Foi a segunda negra eleita para o Senado e, caso seja a escolhida pelos democratas, Kamala será a primeira mulher afro-descendente e de origem indiana como candidata presidencial.
Na sua campanha interna, Kamala Harris propôs o controlo mais forte das armas de fogo, a legalização da marijuana, aumento do salário mínimo, a redução de impostos para a classe média e o combate às alterações climáticas. Após eleita, ficou responsável pela política migratória, fortemente criticada pelos republicanos.