KYLE PEREIRA E CATARINA AMADOR: DOIS ROSTOS DO RANCHO FOLCLÓRICO ‘DANÇAS E CANTARES DE PORTUGAL’

Por HENRIQUE MANO | News Editor

A 23 de Abril, com uma grande comemoração na sede do PISC (Portuguese Instructive Social Club), o Rancho Folclórico ‘Danças e Cantares de Portugal’ vai assinalar 44 anos de vida. E, apesar de estar próximo do meio século de existência, o grupo tem um espírito jovem e aposta na continuidade – tal como provam as histórias de vida de dois dos seus jovens integrantes.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO

A Catarina Amador tem 18 anos e nasceu em Newark, no estado de New Jersey. A mãe é emigrante da Torreira e o pai da Murtosa. Frequenta o último ano do Liceu Thomas Jefferson, em Elizabeth, e a sua ligação ao movimento folclórico é tão antigo, quase, como a própria vida. “Aprendi a dançar muito pequena, por volta dos três anos de idade, tinha acabado de aprender também a andar”, conta, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANOI. “É algo de que sempre gostei, este envolvimento com o folclore português.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO

Embora tenha dado os primeiros passos no ‘Barcuense’, em Newark, há já 11 anos que alinha pelo Rancho Folclórico ‘Danças e Cantares de Portugal’, onde opera como dançarina e líder.

Como todos os outros integrantes do grupo, foi com tristeza que esteve cerca de dois anos inactiva, dada a pandemia, “muito embora tenhamos feito uma actuação no verão passado, no arraia do PISC – mas já não fazemos uma saída há largos meses”, lamenta.

O folclore é, na sua óptica, o elo de ligação às origens. “Acho muito importante este envolvimento porque, a cada geração que passa, a cultura vai-se perdendo um bocadinho mais quando não estamos em Portugal. A minha mãe, por exemplo, dançou num rancho em Portugal quando era pequena e, para mim, dar continuidade a isso é quase uma obrigação que aceito com muito gosto. Só espero que mais juventude luso-descendente faça o mesmo, cabe a nós esta missão.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO

O jovem Kyle Pereira é movido pela mesma motivação. De apenas 15 anos e natural de Linden, NJ, onde nasceu e cresceu, é filho de pai arcoense e mãe aveirense e anda num liceu técnico vocacional na Pensilvânia.

A sua pegada folclórica recua à idade em que tinha 5 anos. “Comecei no rancho da Casa dos Arcos de Valdevez em Newark, onde entrei pela mão dos meus pais e recebi orientação tanto de Tony Brito como de Sebastian Lopes”, conta.

Por volta dos 8 anos, já não tinha dúvidas de que aquela era uma paixão! Depressa passou a orientador infantil e, em 2017, transita para o ‘Danças e Cantares de Portugal’, que hoje – entre componentes infando-juvenis e adultos – conta com cerca de uma centena de elementos.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO

O grupo voltou aos ensaios em Outubro de 2021 mas teve de os interromper quando a variante Ómicron voltou a fechar o país… “Esperemos que agora volte tudo à normalidade”, diz Pereira, que aprendeu a falar português em casa com os pais. “O que fazemos, no nosso rancho, é continuar com estas tradições culturais que os nossos pais e avós trouxeram de Portugal. Todos os jovens luso-descendentes têm essa dívida para com o seu passado. Juntem-se a nós e ajudem-nos nesta tarefa.”

Quando vai de férias a Portugal, o Kyle aproveita para absorver tudo dos usos e costumes da terra dos pais. “Sinto-me lá bem e tento aprender tudo, até a forma como os meus avós trabalhavam a terra”, conta. “E aproveito para dançar nas festas populares.”

Nos seus 44 anos de vida, o R. F. ‘Danças e Cantares de Portugal’ realizou inúmeras saídas, tanto a diferentes zonas do estado de New Jersey, como – mais recentemente – às cidades de Danbury, CT e Palm Coast, na Flórida (onde esteve em 2019).