Líder cubano acusa EUA de quererem “mudança de regime” em Havana
O Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, fez uma comunicação televisiva em que acusou os EUA de desestabilizarem o país e de procurarem criar condições para uma mudança de regime em Havana. Acompanhado de membros do seu Governo e do Comité Político do Partido Comunista de Cuba, o Presidente disse que os protestos em várias cidades cubanas tiveram como objectivo “fracturar a unidade do povo” e “desacreditar o Governo e a revolução”.
Miguel Díaz-Canel acusou os EUA de continuar numa estratégia de “asfixia económica para provocar agitação social” e conseguir uma “mudança de regime” em Cuba, estando por detrás das manifestações de contestação ao regime de Havana.
Milhares de cubanos saíram às ruas para protestar contra a situação política e económica em Cuba, gritando “Liberdade!”, em manifestações que foram duramente reprimidas pelas autoridades, que fizeram dezenas de detenções, enquanto Díaz-Canel pedia aos apoiantes do Governo para saírem e defenderem a revolução.
O Presidente explicou que a comunicação televisiva foi uma iniciativa pensada há dias “para informar a população” sobre a situação do país, que atravessa uma grave crise, agravada pela pandemia de covid-19, que se tem revelado em escassez de alimentos e medicamentos e cortes de energia.
Vários ministros, incluindo o da Energia, apareceram ao lado de Díaz-Canel no programa de televisão, no qual responderam a perguntas de um grupo de jornalistas dos ‘media’ estatais. A primeira foi sobre os prolongados cortes de energia, uma das causas que motivaram o início dos protestos e que no interior de Cuba se multiplicaram nas últimas semanas.
O Presidente e o ministro da Energia atribuíram os cortes às avarias nas principais centrais termoeléctricas da ilha e ao aumento da procura de energia, para posteriormente garantir que a estabilidade do serviço seria restabelecida ontem, terça-feira.