Líder da Fábrica de Tabaco Micaelense alerta que nova lei penaliza pequenas empresas

O presidente da Fábrica de Tabaco Micaelense (FTM) alertou para o risco da extinção de empregos no sector da distribuição, devido à nova lei do tabaco, uma proposta “anacrónica” que vai penalizar “muitas “pequenas empresas”.

“Esta opção, na nossa perspetiva, é penalizadora de muita gente. Há muitas pequenas empresas que tem parte do seu negócio alicerçado no funcionamento das máquinas de venda e há muitos empregos associa- dos a este processo de comercialização”, afirmou Mário Fortuna.

Segundo uma proposta de lei do Governo da República, a venda de tabaco em máquinas automáticas vai ser proibida em 2025 e ainda este ano será interdito fumar nos espaços ao ar livre junto de edifícios públicos como escolas, faculdades ou hospitais. Caso a proposta seja aprovada pela Assembleia da República, deixa de ser possível a venda de tabaco directa ou através de máquinas de venda automática em locais como restaurantes, bares, salas e recintos de espetáculo, casinos, bingos, salas de jogos, feiras, exposições.

O presidente do conselho de administração da FTM, tabaqueira que emprega cerca de 100 trabalhadores distribuídos pelos Açores e Madeira, prevê um “impacto bastante grande” caso a iniciativa entre em vigor, lembrando que o diploma actual “nem autoriza as bombas de gasolina a vender tabaco”. “Naturalmente que, desaparecendo as 50 mil máquinas de venda a nível nacional, tem uma implicação bastante grande para quem investiu e trabalha nessas áreas. Vão desaparecer muitos postos de trabalho que hoje estão ocupados na distribuição e vão reduzir-se substancialmente e drasticamente os pontos de venda”, afirmou.

A 11 de Maio, o Conselho de Ministros aprovou diversas alterações à lei do tabaco, equiparando cigarros eletrónicos ao tabaco normal e criando restrições à venda e consumo, com o ministro da Saúde a sublinhar que é preciso “ir mais longe”.