Líder do PS quer deputados “à americana” no Parlamento
O secretário-geral do PS, António José Seguro, defende a alteração do actual sistema eleitoral, para permitir que os portugueses possam escolher os candidatos a deputados.
“Nós temos de abrir o sistema político em Portugal. E uma das propostas que vamos apresentar brevemente na Assembleia da República é de permitir que os portugueses possam escolher o seu deputado”, afirmou o líder nacional socialista, este domingo, na Guarda, onde participou na cerimónia de inauguração da requalificação da sede do PS local.
António José Seguro defende a alteração à actual lei eleitoral por reconhecer que os portugueses sentem alguma “desilusão” em relação ao sistema político em vigor.
“Como sabem, desde o 25 de Abril de 1975, altura em que, pela primeira vez, houve eleições democráticas em Portugal, os partidos escolhem os candidatos e os eleitores resumem-se apenas a ratificarem a decisão dos partidos. Ora, nós queremos mais, queremos mais abertura e queremos dar a possibilidade a que os eleitores portugueses possam escolher também quem é o seu deputado”, afirmou.
A alteração, no entender do dirigente do PS, poderá ser feita “através da criação de círculos de um só deputado ou através da possibilidade de se apresentarem listas abertas onde cada eleitor pode, além de votar no partido da sua opção, também escolher o candidato ou a candidata no interior dessa mesma lista”.
“Nós temos disponibilidade de abertura para discutir com todos os partidos e queremos que esta abertura, que nós vamos propor e tomar a iniciativa, seja objecto de discussão, de compromisso e de consenso”, disse.
No seu discurso, o dirigente referiu que uma reforma desta importância “não pode deixar ninguém de fora”.
Considerou ainda que os portugueses precisam “de razões e não apenas de belas palavras” para voltarem a acreditar nas instituições.
O país precisa de governos que “prometem e cumprem aquilo que prometem e não fazem uma coisa antes das eleições e outra quando chegam ao Governo”.
António José Seguro, que falava na capital de um distrito do interior do país, defendeu ainda medidas de “discriminação positiva” e captação de investimento público e privado para as regiões mais desfavorecidas.
“O interior precisa de um plano de desenvolvimento”, assumiu, defendendo que “uma parte dos fundos comunitários” deve ter em conta os territórios mais pobres.