Lisboa: Liceu Pedro Nunes proíbe decotes, calções curtos e chinelos

No Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, não é permitido usar decotes excessivos, calções curtos ou chinelos. O aviso foi dado pela direcção da própria escola e enviado por email aos encarregados de educação.

A associação de pais concorda, mas há encarregados de educação que criticam a medida.

O email com o novo código de vestuário foi assinado pela directora da escola, Maria do Rosário Andorinha, e proíbe a utilização (da parte dos alunos) de “calções curtos, decotes excessivos e calçado de praia” dentro do ambiente escolar.

Se as regras não forem cumpridas, especialmente durante os exames nacionais, os alunos podem mesmo ser proibidos pela escola de os realizarem.

“Há tops que tapa apenas peito e pouco mais. As outras pessoas também podem não se sentir cómodas, há outros alunos que se podem sentir incomodados”, disse a directora.
No final do email enviado a que o Público teve acesso, Maria do Rosário Andorinha, agradece a “colaboração no cumprimento do regulamento interno da escola”.

Quando questionada pela SIC, a direcção disse que “as escolas têm autonomia para definir o seu regimento interno, defendendo-se com a lei que obriga o aluno a usar “vestuário adequado”.

Os alunos dizem que o controlo das roupas já acontece há vários anos, e que há distinções entre rapazes e raparigas.

A direcção diz que a associação de pais está de acordo com as novas regras, no entanto a opinião não é geral.

“Faz-me lembrar os relatórios de censura do Estado Novo e é irónico que isto aconteça na semana em que se festejam os 50 anos do 25 de Abril”, revelou um pai. A resposta da directora foi simples: “Estamos no 25 de Abril, toda a gente veste o que entende e bem lhe entende, às cores e às flores, mas há um mínimo previsto no regulamento interno. Não é virem de smoking, é não andarem de chinelas ou descalços. Isto não é um espaço de lazer, é uma instituição pública e é uma escola”.

Na realidade o regulamento do mesmo liceu, que entrou em vigor em 2021 até 2025, não especifica o tipo de roupa que os alunos devem utilizar. Apenas refere roupa adequada à idade, espaço e actividades escolares.

O Ministério da Educação diz desconhecer a decisão tomada mas reforça a ideia de que cabe a cada escola estipular o seu regulamento interno.