LUÍS PIRES ASSUMIU PRESIDÊNCIA DO PORTUGUESE-AMERICAN CENTER OF SUFFOLK DE FARMINGVILLE, NY

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Quando, no início deste ano, o Portuguese-American Center of Suffolk de Farmingville, na região nova-iorquina de Long Island, enfrentou uma crise directiva (ia na segunda Assembleia Geral e nada de direcção…), Luís Pires resolveu aceitar o desafio de formar elenco e levar o barco avante…

“Cada vez é mais difícil arranjar voluntários para trabalhar, principalmente agora”, afirma o emigrante, natural da freguesia da Sé, na Guarda, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Mesmo a nível de senhoras auxiliares, porque as pessoas têm as suas vidas e já deram anos de voluntariado ao Centro. Agora querem vir cá e desfrutar dos convívios.”

A direcção de 2021, com Pires à cabeça, tomou posse em Janeiro, mas logo depois o Centro viu-se obrigado a encerrar uma semana para fazer frente a um caso positivo de COVID de um funcionário. Os obstáculos, contudo, não assustam o presidente, que se tornou sócio da colectividade em 1988, na altura em que chegou a Long Island, “impressionado com o facto de uma comunidade relativamente pequena e bem organizada ter sido capaz de pôr de pé uma casa como esta.”

Ao longo dos anos, tem dado a sua contribuição para o crescimento da presença lusa na área: fez parte da direcção escolar durante mais de 15 anos, foi secretário e tesoureiro, integrou o conselho fiscal, assumiu o cargo de director de festas e em 2020 foi vice-presidente.

O PACS de Farmingville, à semelhança de todas as outras agremiações, está a enfrentar a situação imposta pela pandemia como pode. A tábua de salvação tem sido o serviço de restaurante, que funciona 7 dias por semana para almoços e jantares. Com cerca de 450 sócios activos a pagarem cotas anuais de $150, a colectividade tem de se desdobrar em sacrifícios para corresponder aos encargos mensais na ordem dos dez mil dólares. “São despesas tremendas”, reconhece Luís Pires.

Agora sem equipa de futebol, apesar de um campo nas suas instalações, o Centro conta com uma escola de língua portuguesa (a ‘Antero de Figueiredo’) a funcionar em sistema híbrido (alguns alunos em aulas presenciais, outros à distância) e um rancho folclórico, o ‘Aldeias de Portugal’, que deverá em breve voltar a ensaiar. “Têm ambos o total apoio desta direcção, são peças importantes do Centro”, reconhece o presidente.

Apesar das dificuldades, Luís Pires diz que “temos uma equipa boa, estamos a trabalhar em prol da comunidade e os sócios estão a colaborar. Vamos tentar levar isto para a frente e esperar melhores dias.”

Para o líder comunitária, esta presidência tem um sabor agridoce. “Deve ser provavelmente o meu último ano como emigrante, uma vez que planeio regressar a Portugal em definitivo em 2022”, revela.

É que a sua é, como a de muitos, uma vida de emigrante, com partidas e regressos, despedidas e reencontros.