Lula e chefes dos poderes legislativo e judicial condenam “actos terroristas”

 O chefe de Estado brasileiro e os líderes dos poderes legislativo e judicial condenaram hoje “os atos terroristas” e apelaram à “defesa da democracia” em paz, após apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro terem vandalizado edifícios públicos em Brasília.

“Os poderes da República, garantes da democracia e da Constituição de 1988, rejeitam os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas que ocorreram ontem [domingo] em Brasília”, disseram, numa nota conjunta, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, os chefes do Congresso, e a presidente do Supremo Tribunal, Rosa Weber.

O país precisa de “normalidade, respeito e trabalho” para alcançar “progresso e justiça social”, refere ainda o comunicado conjunto.

Os altos representantes dos três poderes reuniram-se hoje para analisar os acontecimentis ocorridos na capital brasileira no domingo, quando milhares de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e causaram graves danos às sedes do Parlamento, da Presidência e do Supremo Tribunal.

Na nota, sublinham que estão “unidos para que sejam tomadas todas as medidas institucionais”, nos termos que a “lei brasileira” estabelece.

“Exortamos a sociedade a permanecer calma, em defesa da paz e da democracia no nosso país”, indica a nota, assinada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rêgo – em substituição de Rodrigo Pacheco, que regressa hoje ao país após férias -, além de Lula e Weber.

A situação está agora sob controlo, após a detenção de 300 manifestantes no domingo e outros 1.200 hoje, os quais se tinham refugiado no campo que tinham montado em frente ao quartel-general do exército desde as eleições de outubro.

Estes grupos radicais de extrema-direita não reconhecem a vitória nas urnas de Lula e têm vindo a exigir, desde então, uma “intervenção” militar para devolver Bolsonaro ao poder.

A invasão começou depois de os militantes da extrema-direita brasileira e apoiantes do anterior presidente terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios.

Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.