LUSO-AMERICANO DE 25 ANOS É O NOVO AGENTE K-9 DA POLÍCIA DE WESTERLY, EM RHODE ISLAND

Por HENRIQUE MANO Jornal LUSO-AMERICANO

O luso-americano David de Oliveira, de 25 anos de idade, é o mais novo agente K-9 da Polícia de Westerly, uma municipalidade na região sudoeste do estado de Rhode Island – junto à fronteira com Connecticut. A elevação de Oliveira a agente da unidade cinotécnica acontece após um período de treino intenso de 6 semanas nos ‘Shallow Creek Kennels’, na Pensilvânia, onde também se familiarizou com o seu novo ‘colega’ de trabalho, um robusto pastor alemão com ano e meio de idade, oriundo da República Checa – de nome ‘Damon’.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O agente luso-americano David de Oliveira e o canídeo ‘Damon’, da Polícia de Westerly, RI

“Agora estamos ambos completamente aptos a exercer esta função e já andamos juntos na rua”, afirma David de Oliveira, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “A nossa missão passa por utilizar o ‘Damon’ em tarefas especializadas, tipo detecção de explosivos e narcóticos, apreensões e até mesmo operações de resgate.”

Foi em pequeno, quando o pai, o agente Joaquim de Oliveira, o levava a passear no carro da polícia em Naugatuck, CT, onde nasceu, que David de Oliveira descobriu a paixão pela carreira da lei e da ordem. “Foi ele, decididamente, que fez despertar em mim esta escolha de profissão, o que só tenho a agradecer, pois tenho a vida que sempre quis e adoro o que faço.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A esquadra da Polícia de Westerly, RI

Depois do liceu em Naugatuck, entrou para o Albertus Magnus College de New Haven, também graças à habilidade para jogar futebol – mas para tirar Criminologia. Aos 21 anos, depois de passagem por uma academia de treino, entra para as fileiras da Polícia de Central Falls, em Rhode Island, onde se torna agente. Em Janeiro de 2019, contudo, consegue transferência para Westerly, “onde fiquei mais perto da família.”

Em Westerly, uma estância de verão a abraçar o Atlântico muito popular na Costa Leste, que conta com 52 homens e mulheres de farda, o luso-americano começa por integrar a unidade de patrulha afecta à praia e logo depois a unidade de combate à criminalidade de rua. “Sendo sazonal, a nossa população no verão quase que quadruplica”, diz Oliveira. “São ocorrências atrás de ocorrências.”

Filho de pai da Murtosa, distrito de Aveiro, e mãe transmontana (Cândida de Oliveira), de Carrazedo de Montenegro, Valpaços, o agente cresceu num lar tipicamente português “onde as tradições da terra dos meus pais estiveram sempre presentes. Até a minha noiva é metade portuguesa e metade salvadorenha.”

O agente K-9, a quem pense seguir carreira policial, tem como conselho: “Se é o que vos motiva, não tenham receio. Geralmente, nestes tempos, a polícia não é muito bem vista aos olhos da imprensa, mas não creio que essa imagem corresponda à verdade. Nós estamos em todas as comunidades a fazer o trabalho que Deus nos encarregou de cumprir e o importante é actuarmos sempre de boa fé, seguindo a mais alta conduta moral e os ensinamentos pelos quais prestamos juramento. Não desanimem e, mesmo quando entrarem para a polícia, se não vos agradar o departamento ou a esquadra em que possam estar, procurem uma mudança – tudo tem uma razão para acontecer.”

O agente agradece aos pais, à família e à noiva pelo apoio incondicional – “sem o qual não estaria aqui” – e também não se esquece do mentor que o antecedeu como agente cinotécnico na polícia de Westerly (“que me fez ver o quão aprazível é trabalhar com um cão”), o hoje sargento Bruno. Tem ainda uma palavra de gratidão para com dois superiores, o capitão Johnson e o chefe Shawn Lacey, “por terem permitido que fizesse esta entrevista.”