LUSO-AMERICANO É CANDIDATO A “BEST CHEF” NO ESTADO DE NOVA IORQUE DA FUNDAÇÃO “JAMES BEARD”

Por HENRIQUE MANO | News Editor

O luso-americano Anthony Gonçalves, proprietário do restaurante português “Kanopi”, na cidade de White Plains, surge na lista dos 20 semi-finalistas ao prémio de “Best Chef” no estado de Nova Iorque da Fundação “James Beard” – uma instituição gastronómica norte-americana.

Os finalistas aos cobiçados prémios de culinária “James Beard” são anunciados dia 29 de Março e os vencedores revelados na gala de atribuição dos mesmos, a 5 de Junho, no espaço da “Lyric Opera” de Chicago.

Um entre 20 candidatos a “Best Chef” do Estado de Nova Iorque da Fundação James Beard

Os “James Beard” são considerados os prémios de mais prestígio na área da culinária nos Estados Unidos e reconhecem o talento de profissionais da indústria da restauração. Foram atribuídos pela primeira vez em 1991 e, este ano, contemplam 23 variadas categorias.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | À entrada para o restaurante “Kanopi”, no Hotel Opus, em White Plains, NY

“Como chefe, é uma honra para mim figurar mesta lista com tantos chefes de talento”, afirma Anthony Gonçalves, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Traduz o facto de haver muita gente, como eu, a trabalhar arduamente no estado de Nova Iorque e a acreditar naquilo que faz.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Anthony Gonçalves na cozinha do seu restaurante

Natural de Westchester mas filho de emigrantes de Póvoa de Penafirme (Torres Verdes) e Sabugal (Guarda), Gonçalves reconhece que, “apesar de não trabalhar para ganhar prémios, esta nomeação é um tanto esmagadora para mim. Se as pessoas gostam do trabalho que estou a fazer, só me resta sentir-me abençoado por estar a fazer aquilo em que me sinto realizado.”

Apesar de cozinhar sobretudo para uma clientela norte-americana (o “Kanopi” está no 42.º andar da torre envidraçada que alberga o boutique hotel “Opus”), Anthony Gonçalves não abre mão da gastronomia das suas origens e diz mesmo: “para mim, é uma obrigação como chefe dedicar-me à cozinha portuguesa. É o que faço todos os aqui, aqui no ‘Kanopi’. Está na minha essência de português.”

O chefe, que tem como habitués a cantora Vanessa Williams e jogadores dos “Rangers”, “Knicks”, “Nets” e outros, cresceu “sempre com comida portuguesa em casa. Nunca comi sanduíches de manteiga de amendoim e compota” – observa. “O abraçar a nossa culinária é mais do que uma missão cultural, é mesmo uma questão de realização pessoal, uma homenagem ao país das minhas origens.”

O “Kanopy” na versão restaurante (o espaço conta ainda com várias outras salas para eventos especiais), consta de apenas 7 mesas e 6 cadeiras na cozinha, onde se pode apreciar o chefe luso-americano a trabalhar. “Uma tasca de luxo”, chama-lhe Anthony Gonçalves, na brincadeira. O jantar degustativo (de cerca de 3 horas) é só por marcação prévia; a carta de vinhos inclui várias marcas portuguesas (o próprio sommelier de serviço é português).

“Sigo com entusiasmo o trabalho de vários chefes portugueses, muito deles meus amigos. Tenho orgulho de tudo o que se faz em Portugal”, nota.