LUSO-AMERICANO ELEITO PRESIDENTE DO SINDICATO DE SARGENTOS DA NEW JERSEY STATE POLICE

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

O luso-descendente Danny Oliveira, de 41 anos de idade, assumiu no passado dia 14 de Dezembro de 2021 as funções de presidente da State Troopers Non-Commissioned Officers Association, depois de eleito pelos seus cerca de mil membros. O sindicato, cujas origens remontam a 1973, tem sede em Bordentown, NJ, indo Oliveira – que até então assumia as funções de tesoureiro – cumprir um mandato de dois anos.

FOTO: Jornal LUSO-AMERICANO | O sargento Danny Oliveira na esquadra da NJSP em Newark

“A nossa função principal é representar condignamente os nossos membros tanto em negociações contratuais para condições laborais, como em casos de acções disciplinares, investigações e outros tópicos”, afirma o sargento Danny Oliveira, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO. “Entre os nossos membros estão sargentos, sargentos-detectives, ‘staff sergeants’, sargentos de 1.ª classe e sargentos-detectives de 1.ª classe.”

O seu envolvimento com o movimento sindical a nível da NJSP recua ao ano de 2008, quando se tornou representante da State Troopers Fraternal Association a nível da esquadra de Newark, onde estava então colocado; três anos depois, chegava a ‘secretary for Resolutions’ da STFA e, em 2012, subia a 2.º vice-presidente. Promovido a sargento, transita em 2014 para a State Troopers NCO Association Division como representante e vai, paulatinamente, subindo até à chegada à presidência, em Dezembro passado – cargo que assume agora a tempo inteiro.

FOTO: Jornal LUSO-AMERICANO

❝O meu interesse pela actividade sindical surge ao observar o exemplo do meu pai, que sempre trabalhou de forma árdua pela defesa dos interesses dos membros do sindicato que dirige❞

DANNY OLIVEIRA, Sargento | New Jersey State Police

“O meu interesse pela actividade sindical surge ao observar o exemplo do meu pai, que sempre trabalhou de forma árdua pela defesa dos interesses dos membros do sindicato que dirige”, reconhece o sargento, referindo-se ao conhecido líder sindical português António (‘Tony’) Oliveira, responsável pelo sindicado de construção civil pesada Local 472, de Newark. “Foi com ele que aprendi a importância de se estabelecerem-se boas e honestas linhas de comunicação tanto com os membros do sindicato, como com o patronato.”

Danny Oliveira nasceu em Livingston, no estado de New Jersey, filho dos emigrantes António Silva Oliveira, natural de Veiros, Estarreja, e de Maria Isabel Oliveira, de Vale, Arcos de Valdevez (já falecida). Depois do liceu em Kearny, onde cresceu, ingressou na Kean University, onde se formou em Criminologia. “Foi sempre o quis fazer, ser polícia, desde quando era miúdo e via programas na TV ligados à actividade policial”, conta.

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Após efectuar o teste de admissão à carreira de segurança pública em New Jersey, é chamado a ser guarda prisional. “O meu objectivo, contudo, era mesmo entrar para a New Jersey State Police”, nota, meta que vem a cumprir os 24 anos de idade.

Danny Oliveira inicia carreira como ‘state trooper’ na ‘Troop B’, na esquadra do condado de Essex, onde permanece 6 meses; transita depois para a de Netcong e, mais tarde, para a esquadra em Newark, junto à NJ Turnpike, onde está 3 anos. Promovido a sargento-detective, vai para a Unidade de Acidentes Rodoviários Fatais, funções que assume por outros 5 anos.

❝Tenho um orgulho imenso em fazer parte há já mais de 17 anos da NJSP❞

DANNY OLIVEIRA, Sargento | New Jersey State Police

“Tenho um orgulho imenso em fazer parte há já mais de 17 anos da NJSP”, reconhece o sargento de origem portuguesa. “Continuo a achar que, com o escrutínio rigoroso que cai sobre nós, e com um conjunto de regras muito rigoroso a seguir, representamos um modelo não apenas para New Jersey, mas para todo o país.”

A carreira na polícia “é para toda a vida e exige de nós uma entrega total, de coração”, sublinha o sargento Danny Oliveira. “Com os tempos que correm, basta seguirem-se as notícias do dia-a-dia para se perceber que muitos são os obstáculos que se nos deparam. Mas, contudo, quando se faz o que está certo, não interessa tudo aquilo que nos rodeia.”

Oliveira cresceu num meio tipicamente português. Quando, aos 10 anos, um trágico acidente de carro lhe privou precocemente da mãe, “a minha avó veio viver connosco e, durante anos, tive mesmo que falar português. Mais a mais, os meus verões eram passados em Portugal – para além de também ter praticado o idioma ao trabalhar quando era adolescente num supermercado português.”

A valência do domínio da língua portuguesa acabou por também ter influência na carreira – “não foram poucas as vezes em que fui chamado a servir de intérprete.”

🌐TONY OLIVEIRA: DOIS FILHOS NA CARREIRA POLICIAL

Apoio familiar pela escolha de carreira foi o que nunca faltou ao sargento Oliveira. “Sempre lhe disse, quando era pequeno, que seguisse o que o seu coração ditasse”, afirma o pai e líder sindical Tony Oliveira, responsável pelo ‘Heavy Laborers Local 472’ de Newark. “Mas que, depois de fazer essa escolha, tivesse a certeza de que, fosse o que fosse que resolvesse seguir, o fizesse sempre da forma mais honesta e determinada possível. Decidiu ir para ‘state trooper’ e tenho muito orgulho tanto dele como do meu outro filho, que é polícia em Kearny.”

FOTO: Jornal LUSO-AMERICANO | O líder sindical Tony Oliveira e o filho, Danny Oliveira

Também o enche de orgulho saber que o filho lhe segue igualmente as pegadas de líder sindical. “Foi criado numa casa onde é grande o sentimento para com o sindicalismo”, diz Tony Oliveira, com mais de 45 anos de actividade no ramo. “Tudo o que tenho e que lhes pude dar e proporcionar, devo-o ao ‘Local 472’. É um grande orgulho, sim, mas também temos sempre o coração nas mãos, tratando-se de uma profissão de risco. Todos os dias se vê nas notícias o que pode acontecer a um polícia… Quando saem de casa, a gente nunca sabe se voltam. Mas foi o que eles escolheram.”

Tony Oliveira considera ter tido a sorte de “encontrar duas grandes mulheres, a minha primeira esposa, que faleceu, e a actual, que é como se fosse mãe deles e que me ajudou a criá-los. E penso que eu, modéstia à parte, como pai, também fiz um bom trabalho.”