LUSO-AMERICANO MAIK ALEXANDRE ASSUMIU CHEFIA DA ESQUADRA DE POLÍCIA DO IRONBOUND
Por HENRIQUE MANO | Newark, NJ
Desde dia 2 de Junho que a 3.ª Esquadra da Polícia de Newark, no bairro português do Ironbound, tem como voz de comando o capitão luso-americano Maik Alexandre, de 47 anos de idade [https://www.newarkpublicsafety.org/npd/precincts/3rd-precinct/]. Substituindo o também luso-descendente João Miguel Carvalho, a chefia da esquadra mantém-se assim nas mãos de um profissional que fala português.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Fachada da 3.ª Esquadra do Ironbound, na Market Street
Maik Alexandre nasceu na cidade de Newark, NJ, filho de emigrantes de Avenal, concelho de Cadaval, no distrito de Lisboa. Cresceria em Newark do Norte, onde fez os 8 anos de escolaridade da ‘Dom Dinis’, hoje inactiva. Depois do liceu no Queen of Peace High School, em North Arlington, ingressou na Montclair State University para se formar em contabilidade. Ainda faria um estágio na área “mas logo percebi que não estava talhado para aquilo”, conta o capitão Maik Alexandre, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O capitão Maik Alexandre junto a uma viatura de patrulha
Incentivado por amigos, fez o exame de aptidão à Segurança Pública e acaba contratado como guarda prisional, funções que desempenha de 1998 a 2001, para o condado de Essex, em New Jersey.
Em 2001, após passagem pela Academia da Polícia, passa a envergar a farda da Polícia de Newark – tinha então 25 anos, afecto ao Bairro Sul. Seguir-se-ia uma longa trajectória, com Alexandre a dar o seu contributo em unidades policiais de combate a actividades como prostituição, jogo, tráfico drogas e crime organizado e em parcerias com a Polícia de Estado e outros braços da Segurança Pública ligada à ordem federal.
Foto: CIDADE DE NEWARK | O capitão Maik Alexandre lembra que a sua esquadra faz uma grande aposta no policiamento de proximidade no Ironbound, tendo agora dois agentes colocados diariamente no corredor da Ferry Street (da Penn Station ao início da Wilson Avenue, na zona da chamada ‘Cinco Esquinas’) e uma presença permanente junto ao Parque Peter Francisco – esta última onde se regista o maior número de ocorrências policiais no bairro
Em Janeiro de 2017 é promovido a sargento e dois anos depois a tenente; em Junho deste ano chega a capitão, o que coincide com a sua indicação, a 2 de Junho, para o cargo de comandante da 3.ª Esquadra (depois de ter estado algum tempo como segundo em comando).
O capitão Maik Alexandre lembra que a sua esquadra faz uma grande aposta no policiamento de proximidade no Ironbound, tendo agora dois agentes colocados diariamente no corredor da Ferry Street (da Penn Station ao início da Wilson Avenue, na zona da chamada ‘Cinco Esquinas’) e uma presença permanente junto ao Parque Peter Francisco – esta última onde se regista o maior número de ocorrências policiais no bairro.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O capitão Maik Alexandre sucede ao também luso-descendente João Miguel Carvalho
Conhecida que é a necessidade da presença de mais agentes no Ironbound, dado o crescimento da região, o capitão Maik Alexandre diz que “funcionamos com o pessoal que temos, mas quem não quer mais polícias?”
Uma fonte do Departamento de Segurança Pública adiantou ao jornal LUSO-AMERICANO que as autoridades competentes trabalham em estreita colaboração com o capitão para dar a resposta possível a todas as necessidades da esquadra, numa parceria que Maik Alexandre aplaude: “tenho podido contar com a ajuda necessária do Departamento de Segurança Pública, uma vez que, com os agentes que temos, têm autorizado a utilização de horas extras para que os nossos polícias possam trabalhar nas áreas onde a sua presença se faz mais necessária.”
Com menos de uma centena de agentes, a 3.ª Esquadra é responsável pela segurança pública de uma extensa área da maior cidade de Newark, a incluir artérias como a Martin Luther King Boulevard, o Riverbank Park, vias rápidas como as estradas 22, 21 e 1&9 e ainda o Porto de Newark.
O capitão Maik Alexandre nota que a diversidade da esquadra é uma das suas valências; afinal, mais de 50% dos seus agentes falam múltiplos idiomas (português, espanhol, francês, arábe…) e cerca de 25% do total dos agentes têm sangue português. “Esta diversidade é uma grande ajuda para nós no serviço que prestamos à comunidade”, sublinha.
Maik Alexandre reconhece que deve muito aos pais “os esforços que fizeram para nos darem uma vida digna. Emigraram sem nada para a América e trabalharam arduamente. Infelizmente a minha mãe já faleceu, mas o meu pai continua a ser o meu pilar, um amigo e professor e, sobretudo, grande conselheiro de vida. Com o apoio de uma estrutura familiar, tudo se consegue.”
Do alto dos seus 23 anos de carreira, Maik Alexandre deixa um conselho a quem estiver em dúvida sobre que carreira escolher: “sigam os vossos sonhos porque tudo é possível.”