Luso-americano Rui Rodrigues, que trocou New Jersey pela Flórida, é negociador de reféns e ‘deputy sheriff’ no condado de St. Lucie

Por HENRIQUE MANO | Fort Pierce, FL

• Colaboração: GUILHERME CERQUEIRA e GLÓRIA SOUSA

O luso-americano Rui Rodrigues, de 52 anos de idade, nasceu em Eliza-beth, no estado de New Jersey, mas foi na Flórida que descobriu – tarde, aos 40 anos – a inclinação para a carreira policial. Afecto ao St. Lucie County Sheriff’s Office (STCSO), no condado do mesmo nome, para além das funções de patrulhamento que leva a cabo, Rodrigues dá ainda formação a novos agentes e é negociador de reféns.

Localizado na região sudoeste da Flórida, o condado de St. Lucie tem sede administrativa em Fort Pierce e uma população de cerca de 330 mil pessoas. E é na sua maior cidade, Port St. Lucie, que está concentrada a comunidade portuguesa local – com a sua vida associativa centrada no Portuguese-American Cultural Club, com sede na Village Green Drive.

Rui Rodrigues tem origens serranas e cresceu em Elizabeth, onde também fez o liceu. Teve um negócio na área da construção civil e ainda viveu entre Hillside e Clark antes de, em 2009, decidir mudar-se com a família para a Flórida.

“Tinha por ideia abrir um pequeno restaurante-bar, mas a situação na Flórida nessa altura ainda estava pior do que no norte”, explica o agente Artur Rodrigues. Pelo que, aos 40, resolve mudar de vida…

Após obter a necessária certificação, consegue acesso à academia de formação policial e entra para o St. Lucie County Sheriff’s Office, começando como guarda prisional. Nos quatro anos que integrou essa divisão, deu formação a novos guardas e fez parte da unidade de intervenção rápida – transitando posteriormente para “deputy sheriff” – fazendo patrulha pelas ruas do condado desde então.

O agente Rui Rodrigues é ainda negociador de reféns “e entro em acção quando as pessoas se barricam em casa ou bancos, por exemplo, tentando resolver com uma equipa a situação da melhor forma”, explica. Para tal, recebeu treino profissional  certificado.

Rui Rodrigues reconhece que ser bilingue tem sido importante para o desempenho da sua carreira. “Sou muitas vezes chamado a servir de intérprete em situações policiais”, diz o luso-americano, que continua a treinar agentes a dar os primeiros passos.

O S.L.C.S.O. tem cerca de 700 funcionários, entre polícias e pessoal administrativo, e a cidade de Port St. Lucie pode-se gabar de ser uma das mais seguras do país.

A quem possa pensar em abraçar a lei e a ordem como profissão, deixa como conselho: “devemos sempre tratar os outros com respeito para também sermos respeitados”.