Luto na música: Morre a cantora e compositora Rita Lee Jones
Na segunda-feira (8), a música brasileira entrou em luto após o anúncio do falecimento de um dos maiores ícones do rock brasileiro: A cantora e compositora Rita Lee. A artista, que lutava contra um câncer de pulmão, teve o estado de saúde agravado e morreu cercada de sua família, em seu apartamento em São Paulo (SP). O velório aberto ao público ocorreu no Planetário do Ibirapuera, na quarta-feira (10), seguido da cremação privativa à família e amigos mais próximos.
Nascida e criada no bairro de Vila Mariana, Zona Sul da capital paulista, Rita Lee Jones de Carvalho, de 75 anos, foi cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista. Ela é conhecida como a “Rainha do rock brasileiro”. Rita alcançou a marca de 55 milhões de discos vendidos, sendo a quarta artista mais bem sucedida neste sentido no Brasil, atrás de Tonico & Tinoco, Roberto Carlos e Nelson Gonçalves. Ela construiu uma carreira que começou com o rock n’ roll, mas que ao longo dos anos flertou com diversos gêneros, como a psicodelia durante a era do tropicalismo, o pop rock, disco, new wave, a MPB, bossa nova e eletrônica, criando um hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais.
Rita é considerada uma das mulheres mais influentes do Brasil, sendo referência para aquelas que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 1970. Ex-integrante do grupo Os Mutantes (1966–1972) e do Tutti Frutti (1973–1978), participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade brasileira. Suas canções, repletas de ironia ácida ou reivindicação da independência feminina, tornaram-se onipresentes nas paradas de sucesso, sendo as mais populares “Ovelha Negra”, “Mania de Você”, “Lança Perfume”, “Agora Só Falta Você”, “Baila Comigo”, “Banho de Espuma”, “Desculpe o Auê”, “Erva Venenosa”, “Amor e Sexo”, “Reza”, “Menino Bonito”, “Flagra” e “Doce Vampiro”, dentre outras. O álbum Fruto Proibido (1975), lançado com a banda Tutti Frutti, é comumente visto como um marco fundamental na história do rock brasileiro, considerado por alguns como sua obra-prima.