Macau une língua Portuguesa com cultura Chinesa

A segunda edição da Semana de Cultura Chinesa, que se realiza entre 7 e 12 de Março, com o lançamento de livros, traduções, concertos e debates, pretende aproximar o mundo da língua Portuguesa com a cultura Chinesa. “Penso que é importante que a língua portuguesa se vá aproximando da cultura Chinesa, no sentido de permitir uma melhor compreensão daquilo que tem sido incompreensível”, disse um dos organizadores do evento Carlos Morais José.

“Infelizmente, apesar de estarmos aqui há 500 anos, temos muito pouca sinologia, pouca coisa feita. [O evento] não pretende tapar esse buraco, porque o buraco é demasiado grande, mas pretende contribuir”.

Depois de um ano de interrupção, devido à pandemia da covid-19, a Semana de Cultura Chinesa, organizada pelo jornal Hoje Macau com a colaboração da editora Livros do Meio, volta a levar às instalações da Fundação Rui Cunha a tradução directa de clássicos da literatura chinesa para português.

Da dinastia Tang, considerada a era dourada da poesia chinesa, vai ser lançado o livro “Li Bai – a Via do Imortal”, sobre o poeta Li Bai, de autoria do antigo tradutor do Gabinete Comunicação Social de Macau António Izidro.

Duas outras obras nascem na Semana de Cultura Chinesa, “Nove Pontos na Bruma – textos sobre a China”, uma compilação de trabalhos que Carlos Morais José foi escrevendo ao longo do tempo e que guardam coisas desde o Pensamento à Literatura e à História, e ainda “Inquirições Sínicas”, de Paulo Maia e Carmo.

Todas as sessões podem ser acompanhadas à distância, através do Facebook da Fundação Rui Cunha, com início às 18h30 (10h30 em Lisboa), excepto no dia 12 que começa às 17h00 (09h00 em Lisboa).

No Dia Internacional da Mulher, 08 de março, Ana Saldanha, professora da Universidade Politécnica de Macau, vai falar sobre a “evolução sociopolítica e jurídica da mulher chinesa, desde o tempo do Império aos nossos dias”, salientou o organizador desta edição, sublinhando ainda o importante papel da música ao longo da semana, com a peça chinesa “Butterfly Lovers” a ser tocada na abertura e no encerramento, por “instrumentos musicais ocidentais e chineses”, respetivamente.