Mais de 156 mil já assinaram petição que pede afastamento de Ivo Rosa
A petição pública criada online que quer o “afastamento do Juiz Ivo Rosa de toda a magistratura” reuniu já, até ao momento, mais de 156 mil assinaturas. O autor justifica o pedido “face à sua parcialidade e consecutivos erros judiciais lesivos ao Estado e à Nação Portuguesa.”
O documento é encaminhado ao Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, à Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral e ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, António Piçarra, e advoga que “a conduta do Sr. Juiz Ivo Rosa já foi várias vezes posta em causa por parte do MP, por este sistematicamente violar as Leis, e criticado por Juízes desembargadores sobre decisões tomadas”.
E são dados exemplos que o autor da petição, o cidadão Vítor Manuel de Magalhães Miranda Neves, considera explicitarem o seu ponto de vista: “Este Sr. Juiz foi o que absolveu arguidos no caso do ‘Gangue do Multibanco’, gangue este que se dedicou ao furto de ATM utilizando armas e recursos violentos por parte dos seus arguidos” e “mandou arquivar provas válidas, posteriormente confirmadas pelos Senhores desembargadores Simões de Carvalho e Margarida Bacelar, no caso do cidadão Marroquino, Abdesselem Tazi acusado de estar ligado ao terrorismo e recrutamento para o Daesh”, recorda.
O magistrado é ainda acusado de ter uma conduta “dúbia”, sendo considerado que este “não tem condições” para ficar à frente do processo Operação Marquês.
Recorde-se que, de acordo com a decisão instrutória, lida pelo juiz na sexta-feira, o ex-primeiro-ministro José Sócrates, inicialmente acusado de 31 crimes, vai a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos, os mesmos pelos quais Carlos Santos Silva está pronunciado.
Dos 28 arguidos do processo, ficaram pronunciados apenas cinco, tendo sido ilibados, entre outros, os ex-líderes da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o empresário Hélder Bataglia e o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca.
Dos 189 crimes imputados pela acusação, num processo que começou a ser investigado em 2013, só 17 vão a julgamento, mas o procurador Rosário Teixeira, responsável pelo inquérito, já anunciou que ia apresentar recurso da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa nos próximos 120 dias.