Marcelo critica reunião mas afasta dissolução e aponta falta de alternativa

O Presidente da Repú-blica, Marcelo Rebelo de Sousa, criticou a reunião entre elementos gestão da TAP do Governo e do PS  em véspera de audição parlamentar, mas afastou novamente um cenário de dissolução invocando a conjuntura e falta de alternativa política.

Em resposta aos jornalistas, em Murça, distrito de Vila Real, o chefe de Estado defendeu que “não faz sentido neste ambiente falar periodicamente de dissolução”, referindo-se à guerra na Ucrânia, à conjuntura de crise financeira económica com inflação alta e também à execução em curso dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou ainda que “neste momento não há uma alternativa óbvia em termos políticos” e desafiou a oposição a “transformar aquilo que é somatório dos números” nas sondagens “numa alternativa política que seja uma realidade suficientemente forte para os portugueses dizerem: no futuro temos esta alternativa”.

O Presidente da República considerou que “não saiu bem aos olhos dos portugueses uma iniciativa reunindo deputados, Governo e gestão da TAP para preparar o que seria a intervenção parlamentar”, em janeiro, que comparou a “um professor fazer uma preparação um exame com os alunos que vai examinar”.

Em causa está uma reunião por videoconferência com a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, em 17 de Janeiro deste ano, véspera da sua audição na Comissão de Economia da Assembleia da República.

“Isso eu penso que foi um desgaste para as intuições desnecessário, eu acho que desnecessário. E aquilo que é legítimo pedir ao Governo é não só que faça por governar mais rápido e melhor – eu tenho insistido nisso, melhor e mais rápido – e que esteja atento a estas situações que têm um desgaste muito superior aos factos em termos de imagem”, disse o chefe de Estado.