METEOROLOGIA: China vai expandir tecnologia que modifica o tempo
O governo chinês anunciou no início deste mês que planeia aumentar drasticamente a utilização da tecnologia que muda artificialmente o tempo meteorológico.
Esta tecnologia que lança moléculas para o céu para provocar condensação e formação de nuvens é utilizada na China com alguma frequência.
Agora este país quer aumentar o tamanho total da área de teste de modificação do tempo meteorológico para cerca de 9 milhões de quilómetros quadrados até 2025.
Este aumento é uma área maior que toda a Índia e poderá afectar o meio ambiente numa escala nunca antes vista.
Sendo que poderá, inclusive, gerar conflitos com países vizinhos.
A agricultura da Índia depende de uma temporada de monções que já se tornou imprevisível devido às alterações climáticas, levando os especialistas do país a alertarem para a possibilidade de a China utilizar a sua capacidade de controlar a chuva e a neve como uma arma.
“A falta de coordenação adequada da actividade de modificação do tempo (pode) levar a acusações de‘ roubo de chuva ’entre regiões vizinhas”, concluem os investigadores da National Taiwan University num artigo de 2017 publicado na Geoforum.
No passado, a China utilizou a sua tecnologia de modificação do clima para semear nuvens antes de grandes eventos, como as Olimpíadas de 2008 e reuniões políticas, para que os próprios eventos acontecessem sob céu limpo, relatou a CNN.
Mas esta expansão planeada do sistema significa que outros países vizinhos podem estar sujeitos aos seus caprichos meteorológicos, o que poderá originar conflitos perigosos.
De acordo com o documento emitido pelo Conselho de Estado da China, o país terá um sistema de modificação do tempo meteorológico desenvolvido até 2025, com avanços em pesquisa fundamental, melhorias constantes na modernização e serviços refinados, aprimoramento distinto na prevenção abrangente contra riscos de segurança e otimização de sistemas e políticas meio Ambiente.
Em 2035, a modificação do tempo meteorológico na China deve chegar a um nível mundial avançado em termos de operação, tecnologias e serviços, indica o comunicado.