Mike Johnson rejeita nova lei de imigração, que tinha alcançado há dias, um consenso entre republicanos e democratas no Senado

O líder da Câmara dos Representantes rejeitou o acordo alcançado entre senadores republicanos e democratas, para impor restrições à imigração na fronteira entre os Estados Unidos e o México, por considerá-lo insuficiente.

“Os republicanos da Câmara opõem-se à lei da imigração porque não cumpre nenhuma das políticas necessárias para proteger a nossa fronteira”, frisou o mesmo numa declaração conjunta com outros líderes republicanos.

Estes republicanos garantiram que qualquer análise do projecto de lei do Senado seria “uma perda de tempo”, porque “morreria ao chegar à Câmara”.

Após semanas de negociações, nas quais participaram a Casa Branca,

o Departamento de Segurança Interna e um grupo de senadores bipartidário (republicanos e democratas), tinha sido tornado público o acordo que permite impor restrições à imigração e aprovar uma nova ajuda militar para a Ucrânia.

O texto autoriza o governo federal a limitar o acesso ao asilo quando forem registados 4 mil travessias diárias durante sete dias consecutivos. Ao mesmo tempo, eleva os requisitos para poder solicitar asilo nos Estados Unidos.

O plano pretende acabar com a prática conhecida como “stop and release”, na qual os migrantes indocumentados que chegam à fronteira e se apresentam às autoridades que solicitam asilo, são libertados enquanto aguardam uma audiência perante um juiz de imigração.

O plano atribui também 650 milhões de dólares para construir ou melhorar barreiras físicas na fronteira, aumentar substancialmente a capacidade de alojamento de migrantes detidos e atribuir 4 mil milhões de dólares para contratar mais pessoal dedicado à gestão de pedidos de asilo.

Da mesma forma, torna mais rigorosos os critérios de aprovação de asilo para migrantes que alegam estar a fugir de perseguições e ameaças devido à raça, religião, filiação política ou porque são membros de um grupo discriminado.

O processamento dos pedidos de asilo, que agora demora anos, está limitado a seis meses.

Este acordo representa uma mudança significativa na posição que o Partido Democrata tem tido sobre a imigração, mas a Casa Branca colocou a questão sobre a mesa como moeda de troca para os republicanos aprovarem a ajuda militar à Ucrânia que está a ser bloqueada há meses. Assim, esta proposta também inclui 60 mil milhões de dólares em ajuda militar a Kiev, 14 mil milhões de dólares a Israel, 4,8 mil milhões de dólares a Taiwan e 20 mil milhões de dólares para segurança na fronteira.

O acordo também enfrentava a rejeição de Donald Trump, líder dos republicanos e candidato à reeleição nas presidenciais de Novembro, por rejeitar fazer acordos com os democratas.