MINISTRO DA EDUCAÇÃO EM NOVA IORQUE COM PROFESSORES DE PORTUGUÊS DA DIÁSPORA
Por HENRIQUE MANO | News Editor | Nova Iorque
Com uma agenda preenchida sobretudo com a Cimeira “Transformando o Ensino”, a decorrer na sede da Organização das Nações Unidas em Nova Iorque, o ministro da Educação de Portugal, João Marques da Costa, teve sexta-feira à tarde um encontro de trabalho com representantes do ensino de português nos Estados Unidos. O evento decorreu na sede da Missão de Portugal junto da ONU, em Manhattan, com a participação da embaixadora Ana Paula Zacarias (Representante Permanente de Portugal junto da ONU), cônsul-geral Luísa Pais Lowe, coordenador do ensino de português nos EUA e José Carlos Adão, coordenador adjunto.
EM NOVA IORQUE PARA CIMEIRA DE ENSINO NA ONU
Marques da Costa, que foi recebido sexta-feira em audiência pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, lidera uma numerosa delegação portuguesa de figuras ligadas ao ensino à já citada cimeira – a incluir representantes do agrupamento de escolas de Alcanena, Moimenta da Beira, Marinha Grande, Poente, Escola Profissional da Moita e Escola de Comércio de Lisboa.
Entre os educadores portugueses ligados tanto ao sistema público de ensino nos EUA e escolas de herança, contavam-se o director Luís Henriques, da Oliver Street School (Newark, NJ), Cristiano Libório (Science Park High School, Newark, NJ), Raquel Rosa (Long Branch High School, Long Branch, NJ), Carla Silva (escolas portuguesas de Clark e Elizabeth, NJ), Teresa Valente (Clark), Vitória Marques (Clark), Helena Bernardo e Maria Brás Pinto (Escola “João de Deus”, do PACC de Yonkers, NY) e dois alunos, Afonso Machado (NJ) e João Costa (NY).
À distância, participaram ainda Paulo Pereira (Liceu de Mineola, NY), Lúcia Antunes (Liceu “East Side”, Newark, NJ), Sandra Picado (Escola Portuguesa de South River, NJ) e Daniela Silva (Escola Portuguesa de Union, NJ).
A IMPORTÂNCIA “GEO-ESTRATÉGICA” DO PORTUGUÊS NO MUNDO
Ao abrir o encontro, a cônsul-geral de Portugal em Nova Iorque, Luísa Pais Lowe, elogiou o trabalho desenvolvido nos EUA pelas escolas comunitárias, que, com o apoio da coordenação do ensino, constituem um verdadeiro baluarte da promoção do idioma de Camões.
Ao intervir, mais tarde, a embaixadora Ana Paula Zacarais sublinharia a “importância geo-estratégica do ensino do português no estrangeiro”, visível até a nível da ONU, onde há um esforço concertado entre os países utentes do idioma em manter sempre presente uma nação lusófona no Conselho de Segurança daquele organismo – como membro rotativo.
João Caixinha, por seu lado, referiu o interesse crescente pela aprendizagem do português nos EUA, o que se traduz nos 10 mil alunos que presentemente – a nível superior – aprendem o idioma. Lembrou também o esforço empreendido pelo Camões, I.P., que, no auxílio às 50 escolas de herança na América, chega a dispender 200 mil dólares apenas em manuais escolares.
FUTURO DO ENSINO PASSA PELAS ESCOLAS PÚBLICAS, DEFENDE PAULO PEREIRA
Na sua intervenção via Zoom, o professor de História do Liceu de Mineola, NY, Paulo Pereira, opinou que “o futuro do ensino do português passa pelo sistema público de escolas, onde há toda uma infra-estrutura que acarrete com os custos que lhe estão inerentes.” Pereira pediu ainda um tratamento de paridade para as escolas comunitárias nos EUA igual ao dispensado à Europa, revelando apostar ainda no intercâmbio entre escolas de cá e de lá.
Entre as preocupações transversais apresentadas ao ministro da Educação, pelos educadores luso-americanos, estiveram a necessidade de apoio a nível tecnológico, formação dos professores comunitários e escassez de educadores qualificados.
João Marques da Costa encerrou o encontro enaltecendo o trabalho que se faz a nível das escolas de herança, incentivando o uso das ferramentas pedagógicas e educativas ao alcance de todos e convidando a que se preste atenção ao exemplo que o sistema português de ensino hoje representa.