MUNDIAL 2022: Portugal aplica-se no Azerbaijão e consegue vitória esclarecedora

Portugal regressou hoje às boas exibições em Baku, onde venceu o Azerbaijão (3-0), com um jogo consistente e que podia ter tido um resultado mais dilatado, no Grupo A de qualificação para o Mundial de futebol de 2022.

No regresso à capital azeri, oito anos depois do triunfo (2-0) para o apuramento do Mundial2014, o campeão europeu de 2016 fez os golos por Bernardo Silva, aos 26 minutos, André Silva, aos 31, e Diogo Jota, aos 75. 

Esta vitória permite a Portugal isolar-se, de forma provisória, na liderança da ‘poule’, com 13 pontos, mais três do que a Sérvia, que hoje joga em Dublin com a República da Irlanda. 

Sem o ‘capitão’ Cristiano Ronaldo, ausente devido a castigo, Fernando Santos apostou em André Silva para ocupar a vaga no ataque, mas também surpreendeu ao apostar no experiente médio João Moutinho, que hoje ‘capitaneou’ a equipa.

De resto, as opções foram as esperadas, com Rui Patrício na baliza, atrás de um quarteto defensivo formado por João Cancelo, Rúben Dias, Pepe e Raphaël Guerreiro, enquanto o ‘capitão’ de hoje atuou ao lado de João Palhinha e Bruno Fernandes no meio-campo. Bernardo Silva e Diogo Jota foram as escolhas previsíveis, juntamente com o ponta de lança do Leipzig. 

Tal como tinha acontecido no encontro da ronda inaugural, disputado em 23 de março, na cidade italiana de Turim, a equipa portuguesa voltou a debater-se com um conjunto que preferiu estar concentrado em defender e a jogar num bloco baixo, em vez de tentar atacar, uma estratégica que começou por dificultar bastante a missão lusa no Olímpico de Baku.

Além do adversário complicado de desmontar, muito por culpa da linha defensiva composta por cinco defesas, Portugal teve ainda de adaptar-se à areia que o vento forte trazia. 

Portugal circulava bem bola, ‘arrastava’ os azeris para trás e conseguia criar sobressaltos ao guarda-redes Magomedaliev, mas sem efetuar remates perigosos e enquadrados.

O jogo de paciência e insistência disputava-se, quase sempre, no meio-campo adversário, que, à passagem do minuto 26, acabou por ver a ‘muralha’ construída ruir, perante os cerca de 20.000 adeptos presentes no palco que acolheu algumas partidas do Euro2020.

Num espaço de cinco minutos, Fernando Santos viu do ‘banco’ a equipa órfã de Ronaldo produzir mais e melhor, resolvendo, praticamente, o encontro, com golos de Bernardo Silva e Bruno Fernandes.

O médio do Manchester United ‘descobriu’ o rival do City a desmarcar-se ao segundo poste, para, com a parte de fora do pé esquerdo, finalizar com muita classe. Bruno Fernandes voltaria a estar a estar na jogada que se traduziu no segundo golo, ao colocar uma bola longa em Jota, que ofereceu para André Silva encostar.

Pelo meio, os azeris aproveitaram uma descontração dos lusos e quase surpreenderam Rui Patrício, que está a apenas um encontro de chegar às 100 internacionalizações ‘AA’. Elvin Badalov surgiu bem enquadrado na grande área, perante o espaço concedido na esquerda do ataque, mas a bola saiu ao lado do ‘alvo’. 

André Silva tinha feito um dos três golos lusos no particular com o Qatar (3-1), no sábado, e hoje podia ter ‘bisado’ e colocado um ponto final nas aspirações azeris ainda na primeira parte, porém, só com o guarda-redes pela frente, não conseguiu acertar com a bola entre os postes.

A terminar a primeira parte, o Azerbaijão dispôs da melhor chance, salva quase em cima da linha de golo pelo ‘amarelado’ Palhinha, que já não regressaria dos balneários, tendo sido rendido por Rúben Neves, para uma segunda parte chuvosa. 

Se André Silva foi perdulário, Diogo Jota não conseguiu fazer melhor e corresponder com eficácia às jogadas bem desenhadas, desperdiçando escandalosamente, por duas vezes, quando só tinha o guardião azeri à sua frente.

Com a equipa azeri desmoralizada, a equipa das ‘quinas’ não tirava o pé do ‘acelerador’ e, à terceira tentativa, o avançado do Liverpool conseguiu mesmo inscrever o nome na lista de marcadores, depois de Cancelo ter feito o que quis na direita, para cruzar ‘direitinho’ para a cabeça do extremo. 

Fernando Santos aproveitou para lançar Gonçalo Guedes, João Mário, Nuno Mendes e o luso-brasileiro Otávio – cumpriu a segunda internacionalização ‘AA’ – para darem continuidade ao ímpeto ofensivo, mas foi Bruno Fernandes que, já perto do apito final, quase saiu premiado do bom jogo realizado, ao rematar tenso à figura, aos 82 minutos.