NASCEU EM COIMBRA E PATRULHA AS RUAS DE MANHATTAN COM A FARDA DO EXÉRCITO NORTE-AMERICANO

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Das duas da tarde às dez da noite, o militar Ricardo Teixeira, de 30 anos, cumpre uma rotina que já o ocupa desde 2015: faz patrulha pelas ruas de Nova Iorque.

“Tanto podemos estar numa estação central de comboios e autocarros no meio de Manhattan, como em qualquer um dos acessos à cidade, como pontes e túneis”, afirma Teixeira, falando ao jornal LUSO-AMERICANO.

FOTO: Cortesia Ricardo Teixeira | LUSO-AMERICANO
Ricardo Teixeira numa embarcação no rio Hudson junto ao Indian Point Energcy Center, no estado de Nova Iorque

O português, que tinha 23 anos quando se alistou nas Forças Armadas dos Estados Unidos, faz parte de uma companhia do exército (Joint Task Force Empire Shield) que patrulha pontos vitais da cidade de Nova Iorque; uma missão que, com a situação de pandemia global provocada pela COVID-19, se tornou de alto risco.

“Muito embora as fotografias que se vêem na imprensa sejam de uma Nova Iorque deserta, continua a haver muita gente nas ruas da cidade”, nota Ricardo Teixeira, ressalvando: “Agora usamos máscaras N95 e luvas de protecção.”

❝CONTINUA A HAVER MUITA GENTE NAS RUAS DE NOVA IORQUE❞

➫Ricardo Teixeira, militar

FOTO: Cortesia Ricardo Teixeira | LUSO-AMERICANO
Ricardo Teixeira no início da sua vida militar, em Fort Sill, Oklahoma

O militar tinha 4 anos quando os pais, Eduardo e Isilda Teixeira, naturais de Ervedal da Beira e Lagar da Beira, respectivamente, no Concelho de Oliveira do Hospital, para os Estados Unidos. Os Teixeira fixaram-se na cidade de Yonkers, no condado nova-iorquino de Westchester, onde Ricardo fez o liceu (frequentou o Lincoln High School).

Antes da adesão à vida militar, seguiu as pegadas do pai e trabalhou na área da reparação de automóveis. Quando decide juntar-se às Forças Armadas, é enviado para Fort Sill, no estado de Oklahoma, onde recebe treino militar.

No regresso à Costa Leste, acaba integrado numa missão na área do Stewart International Airport, em New Windsor, NY, a que ainda se mantém ligado – intercalando essa função com as patrulhas em Manhattan.

“Uma vez por mês somos obrigados a receber treino”, lembra Teixeira, que também foi Guarda Prisional no estado de Nova Iorque.

Espera cumprir mais dois anos de serviço com a farda militar e, posteriormente, fazer carreira na área na polícia.

❝A MINHA OPÇÃO DE CARREIRA PREOCUPA OS MEUS PAIS, MAS ELES TAMBÉM SABEM QUE EU TOMO TODAS AS PRECAUÇÕES❞

FOTO: Cortesia Ricardo Teixeira | LUSO-AMERICANO
O militar luso-americano na sua passagem pelo departamento de prisões do estado de Nova Iorque, onde foi guarda

➫Ricardo Teixeira, militar

Ricardo Teixeira reconhece que a opção de carreira é um motivo de preocupação para os pais, “como aliás sucede com todas as família com membros em profissões de risco”, diz, “mas eles também sabem que eu tomo todas as precauções.”

O militar estava a planear fazer férias este ano em Portugal, “no verão, onde já não vou desde 2008. Vamos lá ver se, com a actual situação, os planos se mantêm.”