NASCEU EM ÍLHAVO E É AGENTE POLICIAL NUMA DAS CIDADES MAIS SEGURAS DA FLÓRIDA

Por HENRIQUE MANO | em Port St. Lucie, FL

Colaboração: GLÓRIA SOUSA (Correspondente) e GUILHERME CERQUEIRA

Nasceu em Ílhavo, no distrito de Aveiro, e emigrou para Newark, NJ, aos 10 anos de idade, um dos agentes portugueses nas fileiras da Polícia de Port Saint Lucie, a 7.ª cidade mais populosa do estado da Flórida. Marco Fernandes, de 47 anos, trocou a Polícia de Filadélfia, na Pensilvânia, no início de 2022, pela de Port Saint Lucie, onde hoje é um dos seus mais de 300 agentes de farda [ https://www.cityofpsl.com/government/departments/police/contact-police ]

A cidade, na zona da Flórida junto ao oceano Atlântico, situada entre Miami e Orlando, tem 204.851 habitantes e uma comunidade portuguesa em franco crescimento.

“Estou muito satisfeito aqui, onde sinto um grande reconhecimento e apoio tanto da própria polícia como da sociedade em geral”, afirma o agente Marco Fernandes, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Marco Fernandes, 47, é agente da Polícia de Port St. Lucie, no estado norte-americano da Flórida

Depois de ter crescido em Gafanha de Aquém, os pais trouxeram-no para Newark, NJ, onde frequentou a escola primária da Oliver Street e posteriormente faria o secundário em Hillside; seguir-se-ia o serviço militar, com a marinha norte-americana a consumir-lhe 3 anos de vida (“cheguei a estar seis meses no estrangeiro, em países como Itália, Grécia, Bulgária e Ucrânia”, descreve, como operador de gruas e outro equipamento pesado).

Em 1998 regressa à vida civil e à ocupação que exercia como militar, sem nunca esquecer a paixão antiga de se tornar polícia “para ajudar as pessoas. Foi algo que nunca me saiu da cabeça”.

Foi já relativamente tarde, em 2018, aos 40 anos de idade, que envergou uma farda pela primeira vez, tornando-se agente em Filadélfia, onde permaneceu três anos.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Fachada da sede da Polícia de Port St. Lucie

“Em Port Saint Lucie faço basicamente trabalho de patrulha e, como sou bilingue, também me chamam muitas vezes para servir de intérprete”, diz Marco Fernandes, que ainda conta com familiares em New Jersey.

A Polícia de Port Saint Lucie tem várias vagas para agentes em aberto e demonstra um profundo interesse em recrutar profissionais de segurança pública em estados do norte do país, podendo acomodar até 382 polícias. Entre as suas muitas unidades de intervenção especializadas, contam-se as de combate a narcóticos, operações especiais, canídeos, motorizada e unidade marinha.

“Para além de ser uma comunidade de carácter familiar, onde as pessoas cumprimentam os agentes da polícia, oferecem-nos café e reconhecem o trabalho de manutenção de paz que fazemos”, afirma o agente Fernandes, “temos ainda a oportunidade de poder crescer na carreira. Eu próprio gostava de chegar a supervisor e ajudar outros polícias a progredir”.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Marco Fernandes na sua viatura de patrulha

Na óptica de Marco Fernandes, “o que faz um bom agente policial é a paciência e a determinação. No exercício das nossas funções”, explica, “lidamos com todo o tipo de pessoas e temos de ser o mais compreensíveis possível ao intervirmos numa ocorrência. Tratar as pessoas com respeito e integridade para que obtenhamos o mesmo delas. É assim que aqui em Port Saint Lucie agimos, não interessa a natureza do crime, isso trata-se depois”.

Marco Fernandes integrou-se com naturalidade na comunidade lusa local e até já é membro do clube português, para além de árbitro de futebol.