NASCEU EM MINEOLA COM RAÍZES EM VEIROS, VAI SER FISIOTERAPEUTA E DANÇA NO RANCHO FOLCLÓRICO ‘SONHOS E JUVENTUDE DE MINEOLA’

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

À semelhança de muitos outros luso-descendentes, quando Jason Henriques começou a andar no jardim-escola, o inglês não era idioma que dominasse – apesar de ter nascido na vila nova-iorquina de Mineola, em Long Island. “Tanto eu como a minha irmã tivemos que ser postos numa turma de inglês como segunda língua durante dois ou três anos”, conta o jovem dançarino do Rancho Folclórico ‘Sonhos e Juventude de Portugal’. “Os meus pais só falavam português connosco e, no primeiro dia de aulas, não percebi nada do que a minha professora estava a dizer e comecei a chorar…”.

Henriques depressa assimilou a língua do país onde nasceu, mantendo aquela que primeiro aprendeu, expressando-se hoje em perfeito português. Não apenas iria fazer o liceu numa das escolas secundárias de mais prestígio em Long Island – a Chaminade, em Mineola, como está agora no último ano de Fisioterapia na Stony Brook University.

Filho de imigrantes de Veiros-Estarreja, Manuel de Oliveira Henriques e Maria Palmora Henriques, Jason cresceu em Mineola e também fez três anos da Escola Portuguesa ‘Júlio Dinis’.

Quando, ainda na 8.ª classe, partiu um osso da perna e teve que se submeter a sessões de fisioterapia, Henriques decidiu que iria seguir aquela actividade médica como carreira. “Cheguei a pensar no desporto a nível profissional, mas, como essa hipótese está de lado, como fisioterapeuta poderei pelo menos ser útil a atletas e mesmo promover o bem-estar em geral”.

Em Maio de 2021 deverá ter o canudo e espera arranjar emprego logo de seguida.

A ligação ao rancho do Mineola Portuguese Center surge quando era criança; os treinos de futebol, contudo, colidiam com os ensaios no período do liceu e resolve afastar-se, optando então pelo desporto. Há uma década, contudo, estava ainda no secundário, retorna ao rancho, onde ainda se mantém. “É uma excelente forma de demonstrar o apreço que tenho não apenas pelo folclore, como pela cultura portuguesa no seu todo”, sublinha. “Espero também, ao fazê-lo, incentivar a geração a seguir à minha a manter vivo o elo de ligação a Portugal. Só temos vantagens nisso”.

Quer mesmo começar a ir “pelo menos ano sim, ano não” a Portugal assim que se estabilizar profissionalmente.

Jason Henriques procura de igual modo estar atento ao mundo que o rodeia e diz ter preocupações com temas como a justiça social e outros. “Cada um tem direito à sua opinião e eu à minha”, diz. “Temos de aprender a viver com as nossas diferenças e a não polarizarmos tudo, levando questões de outro fórum para a política”.

O luso-americano defende o direito dos cidadãos à intervenção em assuntos legislativos que influenciem as suas vidas. “Nisso devemos ter uma palavra a dar”, nota.

Henriques vota desde os 18 anos e considera de “vita importância que os jovens da minha idade façam o mesmo”.