Nasceu em Newark, NJ e é bióloga marinha no mais antigo oceanário do mundo – ‘Marineland’, na Flórida
Aos 24 anos, a bióloga marinha e costal Nicole Couceiro ainda não acredita na sorte que o destino lhe reservou: de- pois de se formar em Biologia Marinha e Costal pelo Daytona State College e pela University of South Florida, arranjou de imediato emprego no ‘Marineland of Florida’, em Palm Coast, considerado o oceanário mais antigo do mundo.
“É assim como um sonho que nunca pensei que se pudesse concretizar, mas que afinal se materializou e aqui estou eu”, conta Couceiro, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO. “Desde pequena, tinha talvez 6 anos, que queria ser veterinária. Aos 11, os meus pais trouxeram-me aqui ao ‘Marineland’ para nadar com os golfinhos. E pronto, a partir daí, descobri que era isto a minha vocação.”
Nicole é filha de João Couceiro e Fátima Estrafalhote, naturais respectivamente de Cantanhede e Praia de Mira; cresceu entre Newark e Kenilworth, em New Jersey, e tinha 13 anos quando se mudou para Palm Coast, onde faria o liceu no Matanzas High School.
Aos 18 anos, arranjou um emprego na loja de souvenirs do ‘Marineland’. “Depois comecei a ajudar a tratar dos tuba- rões e das tartarugas marinhas, a limpar os aquários e a colaborar com os treinadores de golfinhos”, diz a jovem bióloga.
Terminado o curso superior de Biologia Marinha, há 5 anos, é colocada no departamento fotográfico do ‘Marine- land’, onde é feito o registo da vida marinha no oceanário, e onde também são tiradas as fotografias dos visitantes com os golfinhos. Há um mês, foi mesmo promovida a ‘assistant supervisor’ do departamento a que está afecta, “o que faz de mim supervisora.”
O ‘Marineland’ é em simultâneo um centro de recreação, onde os visitantes podem interagir na água com golfinhos, e de manutenção de vida marinha e costal. De acordo com Couceiro, alberga actualmente 14 golfinhos, 2 tartarugas, 4 tubarões “e mais de mil peixes e outras espécies marinhas.”
Entre a ‘família’ do mar ali preservada, também constam tubarões para investigação e tartarugas em reabilitação.
A bióloga diz que, em cativeiro, os golfinhos gozam de uma esperança de vida muito maior. “Aliás, o meu golfinho favorito aqui é a ‘Shaka’, que nos chegou de um oceanário no Havaí e que já tem 30 anos. E deu à luz um golfinho há 4 anos.”
O que se deve e pode fazer para impedir a extinção destas espécies marinhas? “Evitar ao máximo o uso do plásti- co, recorrer à utilização de materiais recicláveis, não deixar lixo nas praias ou na água do mar e não alimentar os animais marinhos, para evitar a aproximação dos golfinhos às embarcações, o que lhes pode ser prejudicial”, ensina Nicole Couceiro.
O parque está aberto ao público durante todo o ano e só encerra no Natal e no Dia de Acção deGraças.
Nicole diz que português foi a primeira língua que aprendeu, tendo frequentado escolas comunitárias tanto em New Jersey como em Palm Coast. “O que me tem sido muito útil, pois já tive de servir de intérprete aqui no ‘Marineland’ a visitantes brasileiros e portugueses”, diz.