NATO: Rutte avisa Trump dos riscos para os EUA de uma paz favorável à Rússia 

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, avisou o Presidente eleito que um acordo de paz na Ucrânia favorável à Rússia seria uma “séria ameaça à segurança” da Europa e dos Estados Unidos. 

“Não podemos ter uma situação em que Kim Jong Un (da Coreia do Norte), o líder russo, Xi Jinping (da China) e o Irão estão a ‘dar os parabéns’ porque temos um acordo que não é bom para a Ucrânia, porque a longo prazo haverá uma séria ameaça à segurança não só para a Europa, mas também para os Estados Unidos”, disse o holandês numa entrevista ao diário britânico Financial Times. 

Rutte transmitiu esta mensagem a Trump durante o encontro que tiveram na Florida, em 22 de Novembro, no qual tentou convencê-lo de que Washington deveria manter o seu apoio a Kiev quando ele regressasse à Casa Branca. 

O secretário-geral da NATO recordou por exemplo, que a tecnologia de mísseis que a Rússia envia para a Coreia do Norte representa uma ameaça à segurança “não só da Coreia do Sul ou do Japão, mas também do território dos Estados Unidos”. 

O Irão está a utilizar os recursos económicos que recebe de Moscovo em troca da sua tecnologia de ‘drones’ e mísseis para financiar o Hezbollah e o Hamas e também para expandir o conflito “para além da região”, sublinhou. 

“O facto de o Irão, a Coreia do Norte, a China e a Rússia estarem a trabalhar tão estreitamente significa que estas partes do mundo onde existem conflitos e que têm de ser geridas por políticos estão cada vez mais ligadas”, alertou. 

Rutte acrescentou que Xi Jinping está “a observar atentamente o que acontece com tudo isto”, uma frase que o Financial Times interpreta como uma referência ao facto de o Presidente chinês se sentir tentado a usar a força contra Taiwan se vir a Rússia a assumir o controlo de áreas da Ucrânia como parte de um potencial acordo de paz. 

“São essas as ideias que lhe apresentei”, explicou o secretário-geral da NATO. 

Durante a campanha eleitoral, Trump disse que chegaria a um acordo com Putin e Zelensky para acabar com a guerra no prazo de 24 horas, ainda antes da tomada de posse do republicano, em 20 de Janeiro, embora não tenha dado mais pormenores.