NEW BRITAIN, CT | Enfermeiro luso-americano está afecto ao ‘Hospital of Central Connecticut’

Tem 26 anos e está ligado desde Dezembro de 2019 aos quadros de enfermagem do ‘Hospital of Central Connecticut’ o luso-americano Paulo Fernando Gouveia, natural de Hartford, Connecticut. O profissional de saúde, afecto agora a um laboratório de cateterismo que acolhe doentes cardíacos, formou-se aos 22 anos pela Central Connecticut State University, depois de ter feito o liceu no Farmington High School.

O ‘Hospital of Central Connecticut’, com 414 camas, surgiu em 2006 da junção entre o ‘New Britain General Hospital’ e o ‘Bradley Memorial Hospital’; está igualmente afiliado à Faculdade de Medicina da University of Connecticut, assumindo assim funções de hospital universitário. Proporciona um extensivo serviço de cuidados de saúde nas mais variadas áreas, tanto a nível ambulatório, como interno.

Paulo Fernando Gouveia é filho dos imigrantes José e Elvira Gouveia, naturais da freguesia de Valezim, do concelho de Seia; o jovem de origem portuguesa cresceu em New Britain e também frequentou a Escola Portuguesa Nossa Senhora de Fátima, em Hartford, onde completou os seis anos de aprendizagem. Para fazer o programa de enfermagem da ‘Central Connecticut State University’, contou, em 2014, com uma bolsa de estudos em nome de Graciette M. Simão Rosa, atribuída por Fernando G. Rosa e família sob administração daquela entidade de ensino.

“Desde os 15 anos, ou talvez ainda mais cedo, que sabia já querer seguir carreira no campo da saúde”, afirma o enfermeiro, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Ou médico ou enfermeiro. Acabaria por escolher este caminho, o da enfermagem”.

Logo após a universidade, entrou para o ‘MidState Medical Center’, em Meriden, afecto à unidade de cuidados intensivos, onde permaneceu até Dezembro do ano passado – aquando da transferência para New Britain.

“Apesar de enfermeiro intensivista, estou agora num laboratório de cate- terismo para onde são encaminhadas as pessoas com ataques de coração”, explica Paulo Gouveia. “Trata-se de uma sala de exames com equipamentos de imagem de diagnóstico usados para visualizar as artérias do coração e as câmaras do coração e tratar qualquer estenose ou anormalidade encontrada. Mas também fazemos radiologia interventiva e cirurgias vasculares, entre outros procedimentos médicos”.

O enfermeiro luso- americano viveu de perto a chegada da COVID-19 aos hospitais da América. Em Março, no pico da pandemia em Connecticut, foi destacado dos cuidados intensivos para o centro de testes COVID ‘driving thru’ em Meriden, onde se efectuava a triagem da doença. “Mais tarde, devido à minha experiência como intensivista, voltei novamente para os cuidados intensivos, numa enfermaria COVID”, detalha. “Foram tempos assustadores, sobretudo devido à natureza desconhecida do vírus. Ninguém sabia ainda como se tratava nem como se transmitia; tivemos de tomar todas as precauções para evitar o contágio e propagação”.

Com os pais já de regresso e a viverem em Portugal, “durante esse período tentava ligar-lhes diariamente a acalmar, dizendo que fazia tudo para enfrentar a situação da melhor maneira”.

Considera que o país está agora mais bem preparado para enfrentar uma possível segunda vaga COVID, em conjunção com o período da gripe. No entanto, a participação do público é fundamental: “Sigam à risca todas as regras impostas pelo Centro de Controlo de Doenças (CDC): usem máscara, lavem as mãos com frequência, obedeçam ao distanciamento social e evitem grandes aglomerações de pessoas”, adverte. “De outra forma, corremos o risco de ver o novo coronavírus de regresso em força. Trata- se de um problema real e de uma doença muito grave. Ninguém sabe o que nós passámos, nos hospitais, a combater o vírus – talvez por isso seja fácil para algumas pessoas pôr em dúvida a gravidade da situação”. Com as unidades hospitalares de novo a todo o gás, o enfermeiro pede que se tomem as medidas de prevenção necessárias para enfrentar a COVID. “Ajudem os profissionais de saúde a ajudar-vos. É a única maneira de combatermos isto”.