NEW JERSEY: Long Branch introduz ensino do português no 2.º e 3.º ciclos. Já inscritos mais de 360 alunos
Por HENRIQUE MANO | News Editor | Long Branch, NJ
O ano lectivo na cidade de Long Branch arranca esta semana com uma novidade: a introdução do ensino do português a nível oficial no 2.º e 3.º ciclos (“Middle School”). A iniciativa partiu da alta cúpula do Comité Escolar local, que, desta forma, procura ir de encontro à realidade que se vive nesta municipalidade do condado de Monmouth – onde “cerca de 50% dos alunos falam português em casa”, nota o superintendente escolar Francisco Rodriguez, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Acrescentar o português ao nosso currículo é fundamental para melhor servir as nossas comunidades.”
Os números falam por si e sustentam a afirmação do superintendente: do milhar de alunos no ciclo preparatório, 366 estão já matriculados para as aulas de português neste ano lectivo. “A ideia é começar a este nível e, já para o próximo ano lectivo, levar também o português para o liceu”, garante Francisco Rodriguez. “Este é um projecto com que estamos seriamente comprometidos.”
Angélica Hernandez, supervisora do ensino bilingue do bilingual do 6.º ao 12.º ano, adianta que as aulas no ciclo preparatório vão estar a cargo da brasileira Milka York; as aulas decorrerão dia sim, dia não, em períodos de 77 minutos – de Setembro deste ano a Junho de 2023. “Ser bilingue é como ter passaporte para um mundo de oportunidades”, afirma.
O superintendente Rodriguez acredita que o bom aproveitamento escolar está ligado a iniciativas como estas, “mas estamos também a fazer outro investimento, ao contrário, apostando no ensino do inglês para adultos.”
Francisco Rodriguez assumiu os comandos do Comité Escolar em 2021, após carreira de 243 anos no ensino; natural de Long Branch mas filho de emigrantes, está agora à cabeça de um sistema escolar com 6 mil alunos e orçamento avaliado em 120 milhões de dólares.
O currículo agora introduzido no ciclo preparatório tem a assinatura da professora Raquel Martins, afecta ao Liceu de Long Branch. “Segui as diretrizes do Camões I.P., que é quem, detém a tutela do ensino do português no estrangeiro, para estarmos ao nível dos padrões da Europa”, afirma.
Depois de ter leccionado 17 anos na Escola “Lusitana” do Clube Português, Martins deu ainda aulas no Brookdale Community College, que fez, há anos, uma parceria com o liceu da cidade para o ensino da língua de Camões.
O superintendente Rodriguez acaba de regressar de uma estadia de cerca de vidas semanas a Portugal, de onde veio “muito impressionado com o domínio quase geral das pessoas de outros línguas sem ser o português”, afirma. “Aqui em Long Branch somos um mosaico de culturas e gostamos de celebrá-lo – o nosso lema é “Juntos, Podemos”. A língua pode constituir uma barreira, um obstáculo tão simples como numa conversa. Por isso queremos que os nossos alunos e suas famílias tenham sempre essa ferramenta nas mãos. Afinal, quem for bilingue, terá sempre uma vantagem em relação a quem só souber falar um idioma.”