NEW JERSEY TEM O ÚNICO RANCHO INSPIRADO NO FOLCLORE RIBATEJANO EM ACTIVIDADE NOS ESTADOS UNIDOS
Por HENRIQUE MANO | Newark, NJ
É no Ironbound, o bairro mais português da Costa Leste, que tem sede o único rancho folclórico inspirado no Ribatejo em actividade nos Estados Unidos da América. Criado há 18 anos por um grupo de entusiastas do folclore, o grupo conta com cerca de 20 a 30 elementos e está – desde a sua fundação – ligado à Casa do Ribatejo de Newark, com sede na Rome Street. Tendo como diferencial a região geográfica de Portugal que representa, o rancho demarca-se dos demais (na sua grande maioria minhotos) e está apostado, cada vez mais, em dar-se a conhecer.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo fotografado na sede da colectividade pelo jornal LUSO-AMERICANO
“Estamos abertos a todos os convites para actuar e para receber quem quiser participar nas nossas actividades e inteirar-se mais das nossas tradições”, garante a ensaiadora Mónica Filipe, emigrante de Salvaterra de Magos, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “O nosso intuito é cada vez mais divulgar o folclore ribatejano e a riqueza cultural da região aqui nos EUA.”
Nem o folclore nem o Ribatejo são estranhos a Mónica Filipe, que se tornou folclorista aos 6 anos de idade, na sua terra natal. “Já a minha avó estava no folclore, herdei dela esse amor ao que é nosso”, conta. Antes de se mudar para New Jersey, Mónica Filipe fez parte de alguns grupos do género em Portugal – nomeadamente o “Campinos do Ribatejo” e “Lusitano de Marinhais.”
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Mónica Filipe, ensaiadora
Na América, o amor pelo folclore tornou-se uma missão e um instrumento de ligação à terra de origem. No Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo, descobriu o nicho perfeito para dar asas a essa paixão. “Há seis anos tornei-me ensaiadora, funções que levo muito a sério e que agarrei com garra, deito mão a tudo o que consigo.”
Mónica Filipe está ciente de que “rancho é diferente, estamos numa cidade onde a maior parte dos ranchos seguem as tradições do folclore minhoto. Eu adoro o Minho e o seu folclore, mas o meu predilecto é mesmo o do Ribatejo”, confidencia.
Filipe quer aumentar o leque de cerca de 30 números que fazem parte do repertório do rancho, “por forma a que venha abarcar o maior número de regiões do Ribatejo, o que estamos a conseguir, trabalhando todos em conjunto.”
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elementos do Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elementos do Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elementos do Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elementos do Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elementos do Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elementos do Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elementos do Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elementos do Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elementos do Rancho Folclórico da Casa do Ribatejo
Para além do fandango clássico, o rancho da Casa do Ribatejo de Newark também executa o difícil e muito ritmado fandango do varapau, que a ensaiadora diz serem dois dos números mãos aplaudidos quando se apresentam ao público.
Curiosamente, no rancho, que tem Lena Ramos como directora, “contam-se pelos dedos das mãos os que são ribatejanos… temos elementos oriundos da Serra da Estrela, da Bairrada…”, diz Mónica Filipe. Alguns dos fundadores do grupo ainda alinham no rancho.
O grupo, nestas quase duas décadas de caminhada, já mostrou do que é capaz nas mais variadas paragens em New Jersey e ainda nos estados de Connecticut e Pensilvânia e até no vizinho Canadá.
Mónica Filipe diz ter herdado de membros mais antigos da família o amor pelo folclore. “Já a minha avó inculcava isto em nós; tenho familiares que vieram recentemente de Portugal que fazem o mesmo, todos nós temos este bichinho, corre-nos nas veias. O meu filho dança, a minha filha que agora vive em Portugal também dançou. Tentei sempre incutir neles este sentido de que carregamos algo muito especial, esta cultura do campino e das ceifeiras, dos touros e da terra, este passado recheado de história da nossa região.”