NEWARK: Casa do Minho chega este ano ao 35.º aniversário

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO | News Editor

A Casa do Minho de Newark, em pleno Ironbound, virada para o Estádio Eddie Moraes, tem muito para celebrar este ano. É que, para além de ter feito obras avaliadas em cerca de 40 mil dólares no seu interior, chega em 2022 à bonita marca do 35.º aniversário de existência. Mais de três décadas a servir de embaixada minhota nos Estados Unidos, a defender tradições e a elevar bem alto – também – a bandeira de Portugal em New Jersey.

Foto: Jornal LUSO-AMERICANO | O presidente Jack Barreira à entrada da Casa do Minho de Newark

“Estamos a pensar fazer uma festa dos 35 anos lá para Outubro, um convívio grande tanto para essa data, como para o aniversário do nosso rancho folclórico, que tem uma componente adulta e outra infantil”, revela Jack Barreira, o actual presidente da colectividade, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO.

Foto: Jornal LUSO-AMERICANO | O salão nobre da Casa do Minho de Newark, depois das obras

No que às obras diz respeito, Barreira explica que as mesmas decorreram durante um mês, por altura da pandemia, no início deste ano. “Já eram necessárias, para dar uma cara mais lavada à nossa bonita sede”, nota.

Para além de pintura nova, restaurou-se o tecto e o telhado, instalou-se nova iluminação, encerou-se o chão de madeira “e deu-se mais um toque aqui e ali. Assim que o tempo permitir, iremos também restaurar a fachada da sede.”

Foto: Jornal LUSO-AMERICANO | A sala ‘Viana do Castelo’

O presidente da agremiação da Charles Street nasceu na freguesia de Ermelo, Arcos de Valdevez, onde permaneceu até aos 13 anos, altura em que se muda para Lisboa, onde fia até aos 16. A sua vida tem todos os contornos de quem cedo partiu para a emigração: depois de ter estado em França, de 1970 a 1980, estabelece-se então em New Jersey, onde ainda vive. Até à entrada, em 2013, na Casa do Minho, deu a sua contribuição para o Ferreirense (onde chegou a presidente da direcção) e esteve ainda ligado aos ranchos folclóricos ‘Barcuense’ (director) e ‘Roca-o-Norte’ (director e presidente).

Foto: Jornal LUSO-AMERICANO | O presidente Jack Barreira: tem o Minho (e Portugal) no coração, apesar de estar fora há mais d 50 anos

“Ganhei o gosto pelo associativismo e, por isso, ainda aqui estou, a trabalhar pela nossa comunidade”, afirma Jack Barreira.

A sede da Casa do Minho está em óptimas condições de manutenção e inclui, à parte o salão nobre que alberga até 200 pessoas, a sala ‘Viana do Castelo’, no segundo andar, com capacidade para cerca de 60 a 80 pessoas. Com isenção de impostos por ter estatuto de organização sem fins lucrativos, possui licença de venda de álcool por via da sua licença de clube/restaurante e tem o imóvel pago.


Foto: Jornal LUSO-AMERICANO | Equipamento do Grupo de Bombos ‘Os Rouxinóis’

“Qualquer pessoa, mesmo não sendo minhota, pode associar-se à Casa do Minho, viva aqui ou no Canadá e mesmo em Portugal, onde, aliás, temos membros”, explica o presidente Jack Barreira. “Somos uma colectividade inclusiva. Esses membros, quando cá vêm, têm paridade de direitos. Até americanos podem tornar-se sócios. A única prerrogativa é que, para se ser presidente, tem mesmo que se ter origem no Minho.”

Foto: Jornal LUSO-AMERICANO | Aspecto das obras por que passou a Casa do Minho no início deste ano

A formação folclórica e mesmo o grupo de bombos “é uma das formas que encontrámos de trazer a juventude até nós. Tentei também entregar-lhes cargos directivos, para que entendam que, sem eles, estes clubes não têm futuro. Eles, se se envolverem, são o futuro.”

Foto: Jornal LUSO-AMERICANO | Aspecto das obras por que passou a Casa do Minho no início deste ano

A Casa do Minho abre de sexta a domingo e serve refeições em dois desses três dias (excepto ao domingo, onde “nos juntamos para confraternizar e juntar amigos. Temos um grupo de voluntários fantástico que trabalha na cozinha”, afirma Barreira, que tem ainda uma palavra de apreço para com “todas as direcções que passaram por aqui e pela sua dedicação a esta causa.”

Foto: Jornal LUSO-AMERICANO | Casa do Minho de Newark

Um dos problemas que a Casa do Minho enfrenta, prende-se com a falta de estacionamento. “Nos dias de festa, torna-se mesmo muito complicado, porque não temos autorização para estacionar no passeio imediatamente em frente à nossa sede”, explica. “Já pedimos ajuda às autoridades competentes, mas ainda não vimos uma resolução para este dilema.”

Foto: Jornal LUSO-AMERICANO | “Qualquer pessoa, mesmo não sendo minhota, pode associar-se à Casa do Minho, viva aqui ou no Canadá e mesmo em Portugal, onde, aliás, temos membros”, explica o presidente Jack Barreira

Jack Barreira considera-se “um português de sangue minhoto. Estou fora de Portugal há mais de 50 anos, mas trago-o sempre no coração.”

Termina convidando a nossa juventude luso-americana, sócios e comunidade no seu todo “a frequentar a Casa do Minho. Precisamos de todos eles; sem sócios e sem o apoio da comunidade, nada disto é possível.”

CASA DO MINHO

Onde fica? 109-111 St. Charles St.

Newark, NJ 07105

•Tel.: (973) 465-4020

E-mail: [email protected]