NEWARK | Eleições: Candidatos a vereador pelo Bairro Leste – Louis Weber

Por HENRIQUE MANO | News Editor

O jornal LUSO-AMERICANO inicia esta semana a publicação de entrevistas com os candidatos a vereador pelo Bairro Leste de Newark, NJ, por forma a que os nossos leitores conheçam melhor quem irá substituir Augusto Amador, há mais de 20 anos no cargo e que, como se sabe, não se recandidata.

A série de artigos arranca nesta edição com Louis Weber, o primeiro dos 4 aspirantes ao posto a anunciar candidatura; na entrevista ao LUSO-AMERICANO, fala das suas origens portuguesas e faz um esboço daquilo que espera poder fazer pelo Bairro Leste – se vencer as eleições de 10 de Maio.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O candidato Louis Weber nas escadarias do edifício da Câmara Municipal de Newark, em New Jersey

“TER IDO A PORTUGAL FOI UMA DAS MELHORES EXPERIÊNCIAS DA MINHA VIDA”

É no Ironbound que Louis Weber se diz sentir em casa. “Nasci e cresci no Bairro Leste”, nota, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “ Andei na Oliver Street School e fiz o liceu no St. Benedict’s Prep, em Newark.” E, mesmo quando, aos 18 anos, se tornou agente da polícia em Newark, foi na esquadra do Ironbound que deu os primeiros passos de farda.

O hoje director-executivo da agência municipal ABC (Alcohol Beverage Control) é mais português do que se possa pensar. Afinal, nasceu Luís João Morado, filho de pai português e mãe ítalo-americana. “O meu pai nasceu em Portugal e veio para a América com 8 ou 9 anos”, revela. “O meu avô paterno era da Murtosa e a minha avó do Minho. Como 1.ª geração de luso-americano, tenho muito orgulho nas minhas raízes.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A ser eleito, uma das suas primeiras prioridades “será criar um clima de união entre todos nós e acabar com as divisões que só impedem o progresso no Bairro Leste. Acredito ser a pessoa capaz de criar essa coesão.”

Por vicissitudes da vida, Louis é adoptado aos 14 anos por uma família americana – os Weber, “mas isso não fez de mim menos português nem me afastou das origens. Creio mesmo ter uma óptima relação com a comunidade portuguesa do Ironbound, tanto com as novas gerações, como com os veteranos. Apesar de não saber falar português fluentemente (mas entendo o suficiente), até sei bater o pé. Tudo isto contribuiu para a pessoa que hoje sou.”

Weber diz ter estado em Portugal em 2010 “para um torneio de artes marciais em Lisboa. Adorei, foi uma das melhores experiências da minha vida – as igrejas são extraordinárias e as pessoas muitos acolhedoras.”

Na década de serviço público que prestou à polícia (reformou-se em 2015 como detective), esteve numa unidade de combate às drogas e gangues, fez parte do grupo de intervenção rápida SWAT e integrou a secção de elite da polícia que presta segurança a altas individualidades. Experiência que, sublinha, “me posiciona como o melhor candidato para delinear uma estratégia eficaz de combate ao crime.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Na sua sede de campanha no Ironbound

A ser eleito, uma das suas primeiras prioridades “será criar um clima de união entre todos nós e acabar com as divisões que só impedem o progresso no Bairro Leste. Acredito ser a pessoa capaz de criar essa coesão.”

Como vereador, apoiará “a 100% os festejos do Dia de Portugal, uma tradição que ajuda a definir o nosso bairro. Lembro-me, quando era miúdo, de esperar ansiosamente pelo fim-de-semana do 10 de Junho.”

Quanto à criminalidade, concorda que o Ironbound precisa de mais agentes nas ruas: “A polícia de Newark é das melhores do país e acho que está na linha da frente do policiamento de proximidade, mas não podemos deixar ninguém para trás.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Como vereador, apoiará “a 100% os festejos do Dia de Portugal, uma tradição que ajuda a definir o nosso bairro. Lembro-me, quando era miúdo, de esperar ansiosamente pelo fim-de-semana do 10 de Junho.”

Considera positivas as parcerias com o sector privado, e cita o IBID como exemplo (“tem feito um trabalho excelente na nossa comunidade, contribuindo, entre outras coisas, para manter limpas as nossas ruas.”)

Prefere deixar a limitação de mandatos à mercê do eleitorado e garante que a sua “é a campanha que mais trabalha. No entanto, não quero fazer falsas promessas; prefiro mostrar resultados e, dessa forma, conquistar a confiança das pessoas.”